segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Construindo Encontros – A Regra do 3!

Para um mestre de jogo, o desafio de criar encontros interessantes que chamem a atenção dos jogadores é algo que os faz quebrar a cabeça por horas a fio, ou os deixa tensos na hora de improvisar cenas quando estão sentados à mesa de jogo. Algumas vezes, nos preocupamos em criar cosias tão detalhadas e cheias de informações que acabamos nos perdendo em nossas próprias idéias e o resultado não fica exatamente como queríamos e acaba não parecendo algo tão interessante para os jogadores. Ou pior, isso acaba deixando os jogadores confusos e sem saber o que fazer e como prosseguir, paralisando o ritmo do jogo.

Uma boa solução para isso, permitindo que o mestre de jogo crie encontros com uma quantidade de elementos interessantes, dando uma boa quantidade de escolhas para os jogadores e permitindo uma investigação mais profunda da cena, é a regra dos 3. O princípio dela é bem simples. No início de um encontro você foca sua descrição em 3 elementos que podem instigar a curiosidade dos jogadores. A cada ação investigativa deles, esses elementos vão se dividindo em mais 3 partes e assim sucessivamente. Vejam o exemplo abaixo.
“O caminho que vocês seguiram pela noite finalmente chega a uma clareira no meio da floresta. A trilha segue adiante na borda norte da clareira, ainda que mais estreita e fechada do que aquela que vocês seguiram até aqui (elemento 1). No meio da clareira há uma árvore solitária, sem folhas e sem flores (elemento 2). Além disso, pequenos pontos de luz esverdeados parecem pairar no ar ao redor da estranha árvore, como um tipo de inseto luminoso estranho (elemento 3)”.

A partir disto, dependendo do rumo que os jogadores tomarem, o mestre pode ir detalhando (e criando) o resto do encontro sobre demanda. Isto é muito bom para quem costuma mestrar de improviso, pois oferece uma quantidade boa de coisas para se examinar e dá tempo para o mestre ir criando o resto do encontro enquanto os jogadores decidem com o que interagir primeiro. No exemplo acima, imaginemos que os jogadores decidiram examinar mais de perto aqueles estranhos pontos de luz que pairam ao redor da árvore.
“Ao se aproximar dos pontos de luz esverdeados, estes se distanciam rapidamente, com uma velocidade incrível, se mantendo sempre a pelo menos 1,5 metros de distância de vocês (1 elemento – velocidade). No entanto, a essa distância, vocês conseguem perceber uma forma levemente humanóide dentro dos pontos de luz, que definitivamente não é de um inseto (elemento 2). À medida que eles se afastam, eles vão se concentrando em um ponto e um dos pontos parece fica à frente dos outros e um zumbido agudo parece emanar das criaturas (elemento 3).”

Agora já sabemos mais sobre os pontos de luz: eles são rápidos, parecem ser pequeninas criaturas humanoides, e parecem ter um líder que emite um zumbido agudo”. E agora? Será que eles estão tentando se comunicar com os personagens? Será que estão lançando um feitiço. Será que são amigos ou inimigos? à medida que os jogadores forem interagindo com o encontro, o mestre pode ir criando esses detalhes, 3 a cada vez.

Isso tudo pode parecer simples e bobo, mas isto é bastante útil e nos ajuda a botar alguma ordem na nossa criação, nos dando opções e limites claros. Isso é sempre bom para podermos focar nossa criatividade. Espero que seja útil para vocês também!

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