segunda-feira, 12 de maio de 2014

Vilões e suas Missões

Nós estamos sempre pensando em missões e objetivos para as nossas aventuras de RPG. Elas são os veículos que movem o nosso jogo de RPG, sejam criadas pelo mestres ou pelos próprios jogadores agindo em busca das ambições e motivações de seus personagens. É por meio delas que a histórias se modifica e se constrói, que os personagens crescem e se transformam. Muitos jogos, inclusive, são centrados Missões, como jogos de espionagem e militares.

Missões são algo comum para os personagens dos jogadores mas, raramente, vemos vilões com missões. E por que não? Eles não precisam ser a gente passivos sentados em suas fortalezas esperando um grupo de heróis com uma missão de eliminá-lo. Eles podem e devem ter missões da mesma forma que os protagonistas. Afinal de contar, para serem verdadeiros vilões eles devem fazer alguma coisa ruim para com suas vítimas, certo?

Para tal, é preciso se pensar em 3 elementos distintos que se complementam para formar a missão do seu vilão: Motivação (o porquê), Objetivo (o quê) e Metodologia (e o como). Com isso definido você terá uma base para preparar as ações e os passos que o vilão tomará na sua campanha para seguir seus objetivos, e terá informações para usar quando os heróis interferirem com seus planos.

Motivação: O que motiva o vilão a fazer o que ele faz? O que o tornou o que ele é hoje? Esse é o momento para pensar e elaborar as razões pelas quais o vilão segue por esta missão e busca seus objetivos. Ele pode ser, simplesmente, louco e gostar de ver o circo pegar fogo ou ele pode ter uma razão mais "racional" por trás de seus atos, como ganância, vingança, sede de poder, fanatismo por uma causa (religiosa, talvez). As vezes o vilões podem ter uma motivação nobre, como vontade de mudar as coisas que ele enxerga como erradas no mundo, mas a maneira como escolhem lidar com isso nunca são ideais.

Objetivo: O que eles querem? Como pretendem satisfazer a motivação que possuem? Esse é o elemento mais óbvio e central na concepção de um vilão. Ele é um vilão por causa disso. Ele pode querer invocar um demônio aprisionado a milhares de anos em busca de uma recompensa por parte do mesmo. Ele pode querer extinguir todos os indivíduos de uma determinada raça ou cultura. Enfim, são diversos os objetivos possíveis para um vilão que fariam a intervenção de um grupo de heróis necessária. O segredo é escolher objetivos que afetem os personagens dos jogadores de uma maneira mais pessoal e direto, de modo a instigá-los a uma reação. Se eles souberem que algo que lhes pertence está em risco, o envolvimento deles na história será maior.

Metodologia: E como ele faz para alcançar seu objetivo? Quais são seus planos de ação? Esse é o elemento com maior potencial para gerar aventuras e histórias. Se um dos passos do vilão para alcançar seus objetivos seja encontrar um tomo de bruxaria antigo na Tumba do Rei-Bruxo, os personagens dos jogadores poderão ir lá antes e pegar o livro para que ele não caia em mãos erradas. Quanto mais grandiosos forem os objetivos dos vilões maior serão as quantidades de passos a serem percorridos para alcança-los. Pense em como cada um desses passos pode gerar situações interessantes para os jogadores intervirem.

No final, com uma visão mais completa da missão do vilão de seus jogo, você terá mais opções e oportunidades para demonstrar quem ele é de verdade. Ele parecerá mais ameaçador e importante para a história do que apenas um alvo para as ações dos personagens. Mantendo ele em uma posição ativa, seu papel no jogo passará a ser mair real e emocionante. Se precisar de alguma ajuda para fazer isso, pense em se inspirar nas Frentes do Dungeon World, que conseguiu sintetizar isso de uma forma bem legal.

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