quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pelos Jogadores

Por que alguém resolver ser Mestre? Para poder criar histórias fantásticas? Não necessariamente, as ações dos personagens dos jogadores pode transformar a sua grande história em algo que você nunca quis que acontecesse. Para ter domínio sobre um jogo e um universo? Também não, já que, se você não deixar seus jogadores fazerem o que eles querem e não colocar os personagens deles no centro da história, eles não  vão jogar com você. Então por que fazemos isso?

Porque gostamos de divertir pessoas. Isso mesmo, as pessoas resolvem se tornar narradores de jogos de RPG para poder divertir as outras. É claro que nos divertimos também, mas nosso principal objetivo e terminar a sessão com os jogadores satisfeitos e comentando o quanto foi "irada" essa ou aquela cena, o quanto emocionante foi ter escapado daquele monstro e o como foi triste saber que aquela NPC foi morta.

Assim, nosso "trabalho" como narrador está muito próximo de um mestre de cerimônias, um host de uma festa e um comediante de stand-up. Nós estamos ali para oferecer uma história interessante, que faça com que os nossos "convidados" queiram participar dela e interagir conosco e com os outros jogadores. E é por isso que devemos conhecê-los bem para podermos fazer nosso trabalho melhor.

O que eles gostam de ver em uma aventura? Que gênero de história eles preferem e se sentem mais atraídos? Pergunte a eles! Eles gostam de histórias de horror? Crie aventuras em que criaturas sobrenaturais e sinistras espreitam o mundo das sombras, esperando a hora certa para agir. Eles gostam de aventura? Deixe que eles descubram cidades perdidas, cheia de mistérios, armadilhas, tesouros e bandidos! Enfim, dê aquilo que eles querem. Se eles não souberem dizer do que gostam, preste atenção no que mais chama a atenção deles em termos de filmes, livros e seriados de TV, dá para descobrir muito sobre o que interessa uma pessoa através disso.

Outra maneira de deixar os nossos jogadores satisfeitos e jogar com as expectativas deles. Converse com eles sobre o jogo. Tente saber o que eles estão achando da história, dos personagens, dos lugares e dos desafios. As vezes é difícil arrancar palavras da maioria dos jogadores, mas se você conseguir vai valer a pena. Você pode descobrir o que eles estão esperando que vá acontecer, e até mesmo retirar algumas idéias sobre a história que você não tinha e eles vão pensar que você já tinha arquitetado tudo desde o começo. Além disso, você pode saber se eles já sacaram toda a história e, se precisar, mudar toda ela novamente para deixá-los surpresos. Nunca duvide da capacidade dos seus jogadores de te fornecerem idéias.

Muitas vezes, também, você vai perceber qual tipo de história e cenas um jogador quer por meio do que ele escolheu para o seu personagem. Se ele criou um espião, com técnicas avançadas de furtividade, espionagem, e falsificação de documentos, não adianta criar uma aventura onde o foco principal seja o combate contra um exército de robôs, a não ser que exista uma maneira dele entrar na central de comando furtivamente, forjar um cartão de acesso e desativá-los. Muita coisa se descobre sobre o gosto dos jogadores através de seus personagens também, então fique atento e dê oportunidades para que eles usem aquilo que investiram na criação dos seus personagens. Se necessário, releia as fichas dos jogadores entre uma sessão e outra e faça anotações. Aliás isso pode ser uma maneira de criar uma aventura também.

Por fim, se você for felizardo o suficiente para ter um jogador que preparou uma história para seu personagem (background), isso quer dizer que ele se importa com o seu jogo e quer ver o seu personagem inserido nela. Seno assim, por favor, use o que ele criou e coloque esses elementos na sua história. Isso pode te salvar quando estiver sem idéias e vai deixar o seu jogador muito satisfeito.

Enfim, essa postagem foi só para lembrarmos o por quê do nosso esforço. Nós fazemos isso por eles, pelos jogadores.

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