segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dungeons & Dragons - Quinta Edição vem aí!

Algo que todos já previam e falavam aos quatro ventos foi, finalmente, anunciado oficialmente pela Wizards of the Coast: A quinta edição do RPG mais antigo, mais jogado e mais famoso de todos, o Dungeons & Dragons, está por vir.

Na coluna "Legends & Lore" de hoje, 9 de janeiro de 2011, Mike Mearl (o chefão atual da quarta edição) anunciou que os trabalhos para uma nova versão das regras de D&D já estão em desenvolvimento e inclusive já estão sendo testadas por poucas pessoas (basicamente membros da WotC, famíliares e amigos próximos). E o melhor: Eles pretender abrir para todos os jogadores a experimentarem a nova edição e participar do "playtest" aberto (como a Paizo fez com o Pathfinder). Quem quiser se inscrever para receber notícias sobre a próxima edição é só ir neste link.

Este, com certeza, será o assunto mais comentado na esfera do RPG essa semana, mês e quem sabe até ano. Dungeons & Dragons é um jogo simbólico para o nosso hobby. Ele foi o primeiro RPG criado e inspirou muitos, para não dizer todos, RPGs até hoje. Mas como qualquer coisa, ele não é uma unanimidade. Aliás ele é quase um caso extremo de amor e ódio entre os RPGistas. E mesmo entre aqueles que amam o jogo, muitas vezes acontecem discussões sobre como é a maneira certa de jogar D&D.

Até hoje, houve quatro edições de D&D, cada uma com suas qualidades, pontos fortes e pontos fracos. A equipe que atualmente desenvolve a quinta edição revisitou todas as edições passadas (leram e jogaram as várias versões de D&D) para começar a pensar na nova versão.

Atualmente o público do D&D se encontra dividido entre as edições. Primeiramente, existem os "old schoolers" que, graças a licença desenvolvida na época da terceira edição, conseguem jogar as primeiras versões de D&D mesmo sem que os livros oficiais sejam republicados, fazendo o uso do que atualmente chamam de Retro-Clones, que são basicamente clones das edições passadas com algumas inovações e diferenças. Em seguida temos os jogadores da terceira edição, que atualmente tem como o principal representante o Pathfinder da Paizo. Esses jogadores não migraram para a quarta edições porque estavam muito satisfeitos com a terceira e a sua revisão (o 3.5). Esta edição inovou em muitas coisas, trouxe mais liberdade e complexidade para o jogo e deu muitos poderes aos jogadores (na minha opinião, a melhor edição até hoje), porém teve falhas também. O jogo ficava desequilibrado em certos momentos e a complexidade do sistema desagradou algumas pessoas. Por último, temos os jogadores da quarta edição, lançada em 2008. Esta foi a edição mais diferente já lançada para o jogo e focou muito na parte mecânica. Ela trouxe inovações muito interessantes para o jogo como os skills challenges, classes mais equilibradas, tipos diferentes de magias e poderes, mas, na minha opinião, as suas principais falhas foram a aproximação que teve com os jogos de computador, o foco tático excessivo e uma licença muito restritiva com relação a publicação de suplementos por outras editoras.

Pelo que pude ler neste artigo da Forbes, e pelo que tem acontecido na Wizards, a próxima edição vai tentar unir esses grupos debaixo de uma nova edição que pretende pegar o melhor de cada uma das suas irmãs mais velhas. Durante todo o ano de 2011 a WotC abriu um espaço maior para jogadores participarem do desenvolvimento do jogo e eles não pretendem parar agora. Essa edição promete ser aquela que vai se moldar ao gosto de todos. Parece que ela vai ser modular, de forma a permitir que cada um utilize os aspectos que mais gostar, permitindo jogos de investigação, horror, de guerra. Com enfoque tático ou de interpretação.

Além disso, o cara que escreveu esse artigo é uma das pessoas que experimentou os primeiros esboços da quinta edição. Segundo ele uma sistema simples sem ser estúpido, eficiente sem ser vazio. O combate, uma das maiores queixas contra a quarta edição está rápido e satisfatório. Eles jogaram uma aventura quase toda em algumas horas. Segundo ele, apenas a boa complexidade foi mantida. Parece promissor, vamos esperar para ver.

Por pura diversão e passa-tempo vou escrever um pouco sobre o que eu gostaria de ver na nova edição, baseado nas edições antigas, e o que eu não gostaria de ver. Da primeira edição, o D&D clássico, eu gostaria de ver de volta a simplicidade mecânica e agilidade, mas gostaria de uma maior liberdade que existem nas edições recentes. Do AD&D eu gostaria de ver na nova versão a riqueza de cenários, aventuras e suplementos focando na narrativa, mas não queria que a mecânica dos suplementos fossem sendo criados sem se pensar no sistema como um todo e acabasse como um monstro cheio de apêndices. Da terceira edição eu gostaria de ter a liberdade de escolhas, porém gostaria de um pouco mais de limites para onde essas escolhas podem levar, um jogo menos suscetível a combos. Da quarta edição ou gostaria de ter o equilíbrio e customização mas sem o enfoque tático e mecânico excessivo.

Enfim, o que eu espero é uma edição que possa agradar a todos os fãs de Dungeons & Dragons. Que ela possa focar tanto em interpretação como em combate e ação da forma que o grupo quiser. Quero um sistema simples, customizável e modular, que eu possa acrescentar complexidade na medida em que eu achar necessário. Por fim, espero surpresas e inovações, mas sem perder a essência desse jogo fantástico que é um símbolo do RPG, quer gostem ou não. E vocês, o que esperam dessa quinta edição?

2 comentários:

  1. Que notícia hein?
    Concordo com suas sugestões, retomar a riqueza de detalhes magnífica do AD&D, com a liberdade do 3.5 seria ótimo!

    Acho que do 4.0 seria legal aproveitar a simplicidade e, ao mesmo tempo, reduzir tantas opções.

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  2. Um sistema modular, que me permita jogar da maneira que eu quero (seja mais interpretativo, seja mais combativo) é uma idéia excelente!

    Fora isso... eu adoraria que o combate deixasse de ser muito tático como é na 4ed, voltando ao bom e velho "combate interpretativo" das primeiras edições, onde a criatividade do jogador importava mais que os poderes que a classe dele dá por nível.

    A idéia dos minions apresentada na 4ed me cativou bastante.

    E talvez, quem sabe, um sistema de magia com pontos para gastar, e não um número de magias por níveis como sempre foi (apesar que isto eu acho meio difícil de eles mudarex...hehehe)

    Agora é esperar,e torcer para que eles façam algo digno do nome Dungeons & Dragons

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