Nesta última segunda-feira, dia 19 de janeiro, aqui no Rio de Janeiro, tivemos uma véspera de feriado e, por isso, alguns jogadores pediram para começarmos a sessão mais cedo. Sendo assim, negociei com a patroa e preparei as coisas para começarmos uma hora antes e, adivinhem, o grupo chegou no horário normal deles, que já é atrasado normalmente, sendo super atrasado quando teríamos que ter começado mais cedo.
Depois de alguns últimos ajustes nas fichas de personagens e descobrirmos que um dos jogadores estava saindo da mesa por questões pessoais, continuamos de onde paramos na última sessão. Depois de retornarem da expedição na Cidade Antiga e passar alguns poucos dias negociando os tesouros que tinham trazido de lá (e aprendido o que quer que tinham aprendido no primeiro nível), o grupo estava em um bar discutindo o que fariam em seguida. Eles sabiam de uma circo que estava para chegar em um vilarejo próximo (no pântano ao sul da cidade), tinham uma oferta de trabalho que tinham que discutir com Ardiulus, o alquimista, e sabiam de algo estranho que aconteceu em algum lugar do pântano, para onde a água corria.
Os jogadores passaram um bom tempo debatendo essas opções e, ao meu ver, parecia que eles não estavam chegando a lugar nenhum. Então, usei a velha técnica de fazer acontecer alguma coisa que os instigue a agir e parar de perder tempo! Do lado de fora do bar eles ouviram o grito de uma mulher horrorizada. Várias pessoas do bar (bêbados) saíram pela porta curiosos e os personagens fizeram o mesmo.
Um grande homem, no sentido de muito gordo (obeso bizarramente) e inchado, pelado, estava andando pelas ruas atrás de uma mulher, possivelmente uma meretriz, babando e gemendo. O grupo não perdeu tempo e atacou a criatura que praticamente não teve reação. Com o homem morto no chão, todos chegaram próximos e algumas pessoas o reconheceram como um mendigo que desaparecera há alguns dias, mas que não era desse tamanho. Parecia que algo tinha o deixado daquela forma. Um pivete na rua ainda disse que vira o "monstro" andando do noroeste do distrito, onde o pântano já adentrara o Marrom e muitas casas tinham sido abandonadas, onde, praticamente, so a família Curwen ainda vivia. Ah, sim e um dos jogadores ameaçou a moça atacada, falando que ela tinha que limpar a lança que ele sujou de sangue ou pagaria por isso (grupo de jogadores caóticos).
Algumas pessoas indagaram se algo teria acontecido com os Curwen e lembrei aos jogadores que eles sabiam pouco sobre essa família de caipiras que viviam em uma espécie de fazenda no limite entre Punjar e o pântano. Eles viviam isolados e eram uma família numerosa. Apesar disso, eles vendiam carne para a cidade e até ajudaram muitos habitantes do Distrito Marrom dois invernos atrás, que fora bastante rigoroso. Talvez nem eles estivessem vivos se não fosse por causa dos Curwen. Sendo assim, o grupo decidiu ir até a casa da família para investigar.
Andando por aquela parte da cidade que fora, praticamente, abandonada, salvo por alguns mendigos, ratos e cachorros, o grupo viu um morador de rua bêbado, dormindo abraçado em uma garrafa e um dos personagens resolveu acordá-lo. Como o homem não acordou facilmente, o personagem o chutou e o homem acordou de susto, furioso, quebrou a garrafa e atacou o "aventureiro", acertando-o em cheio e dando 4 de dano. Obviamente ele foi morto em seguida, mas a cena foi hilária.
Ainda seguindo pelas casas abandonadas, o grupo encontrou o corpo de um homem gigante sendo devorado por lobos (e foram embora sem causar problemas) e 3 homens vestindo roupas de caipiras, portando armas e parecendo procurar algo. Eles dizem ser da família Curwen e que não querem ninguém da cidade no território deles. Perguntados sobre o homem gigante, eles falam não saber de nada e afirmam que não há problema nenhum acontecendo na fazenda. O grupo não acredita muito no papo deles e, depois de se distanciarem um pouco, um deles se esgueira por um beco para tentar se aproximar dos irmãos (que ficaram de longe vendo se o grupo ia embora). Obviamente, ele falhou no teste e um deles veio ver o que era.
Ainda escondido, o jogador fez um ataque pelas costas e o personagem dele é meio que um elfo ladrão (sim, é uma classe não oficial do DCC RPG) mas rolou bem mal no dano e no efeito do ataque e o cara fica vivo por pouco, dando um grito de socorro que chama atenção dos outros e do resto do grupo. Acontece que eles eram apenas 3 e o grupo é bem grande ainda (preciso me acostumar e aumentar a dificuldade das coisas) e, mesmo eles se ferindo um pouco, os 3 são mortos sem grandes problemas (um deles até tenta fugir mas é pego).
Ainda com sangue dos familiares dos Curwen pelo rosto e roupas o grupo segue o caminho e chega a área da pequena fazenda dos mesmos. Lá eles veem 3 construções: Um pequeno chiqueiro de onde conseguem ouvir o grunhido de porcos assustados, uma casa pequena em frente ao chiqueiro e a casa dos Curwen ao fundo, com dois andares e uma varanda em L. Dá casa, podem ver uma pequena luz saindo da sala principal e de um dos quartos no segundo andar. O cheiro de sangue e carne podre permeavam o sentidos do grupo. Para chegar até, bastava atravessar um ponte de madeira velha por um pequeno córrego que vinha do pântano.
Quando o grupo atravessou pedi para que todos fizessem um teste de Sorte e aquele que falhou por mais caiu no riacho quando a madeira cedeu sobre o peso e, apesar de ter tomado um pouco de dano, não morrera (era um personagem de nível zero, então tinha uma boa chance). No entanto, agora ele tinha um verme andando por debaixo da sua pele. Escondido do grupo, já que ele não queria que ninguém o matasse por achar que aquilo seria um problema, ele conseguiu tirar o bicho de dentro de si, mas ficou com 1 só PV.
Parte do grupo decido, então, ir a frente antes e dar uma olhada na casa em frente ao chiqueiro. Eles vão, sem fazer muito barulho, abrem a porta e quase vomitão com o cheiro de sangue apodrecido e "gore" que veem lá dentro. Usado como abatedouro e área para corte, o local tinha ganchos de ferro no teto, onde ainda tinham carcassas de alguns "porcos" pendurados, vasos para onde o sangue escorria debaixo deles, cutelos e entranhas para todos os lados. Dedicados a achar algo naquele local, eles ficaram lá por meia hora até encontrarem um alçapão debaixo dos vasos. De lá, eles apenas viram uma escada de madeira e ferro descendo para escuridão.
Depois dessa descoberta, os personagens que estavam no abatedouro saem e avisam o resto do grupo do que acharam e eles ficam mais um tempo debatendo entre si o que fazer, para onde ir e tudo mais, até que eles decidem se dividir, com metade do grupo indo para a casa de dois andares e metade descendo pelas escadas do alçapão.
No caminho em direção à casa, o grupo, que carregava uma tocha, chamou a atenção de mais um daqueles homens gordos monstruosos que estava no chiqueiro que foi na direção deles e foi morto no caminho. Investigando o chiqueiro depois, eles viram que o monstro quebrou o cercado para entrar e que muitos porcos tinham saído de lá. Sem muito mais para descobrir eles voltaram a ir em direção à casa, encontram uma varanda vazia com uma cadeira de balanço, alguns barris d'água para coletar chuva e uma besta sem corda. Na sala, depois de entrarem pela porta principal, que estava aberta, encontram um ambiente com móveis rústicos e velhos, carpete mofado, uma estante com livros velhos e com títulos esquisitos, incluindo o Viagens por um Mundo Selvagem, que parecia descrever localidades estranhas. Ainda na sala, viram uma escada de madeira para o segundo andar e um corredor ao sul, que levava para outros cômodos.
Enquanto isso, o pessoal explorando o subterrâneo do local chegou a um aposento com o chão todo sujo de sangue (que escorre do abatedouro acima) e com várias caixas empilhadas, onde dentro eles encontraram salsichas e carne seca embalada. Um corredor para o norte e uma porta a oeste eram as únicas saídas do aposento e o grupo optou em ir pela porte, abrindo passagem para um aposento onde o cheiro de carne estragando e entranhas quase os fez vomitar novamente. No centro desta sala havia um grande moedor de carne e um equipamento para fazer as salsichas. Ao sul do aposento, duas portas ofereciam escolhas para eles.
Voltando para o grupo na casa, eles decidiram explorar o resto do primeiro andar pelo corredor e entraram na primeira porta que avistaram, que dava para uma cozinha suja e mal cheirosa, com ratos que passaram correndo entre as pernas deles e baratas para todos os lados. O cheiro de um cozido com restos de vegetais e carne ainda quente podia ser sentido. Uma grande mesa de madeira ficava no centro do aposento e na parte norte dele um fogão a lenha e uma bancada com facas e restos de comida e pão velho podiam ser vistos.
A sessão terminou com eles saindo da cozinha e continuando pelo corredor que, após uma curva prosseguiu por uns 8 metros mostrando mais umas seis portas e, de traz de uma delas, eles podiam ouvir o gemido de uma pessoa. Vamos ver o que acontecerá hoje a noite.
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