Já houve uma época em que eu quis que todos os jogadores das minhas mesas elaborassem um bom e complexo histórico de seus personagens, cheio de informações importantes e relevantes para a campanha para que eu pudesse usá-las durante o jogo. Apesar de raramente eles se preocupassem em fazer esses relatos com essa profundidade, invariavelmente quando faziam, eles continham coisas realmente importantes dentro deles.
Acontece que essas coisas, infelizmente, aconteciam fora do jogo, sem a participação do grupo. Às vezes eram coisas tão importantes e significativas que poucas outras coisas dentro do jogo tinham um peso tão grande na vida daquele personagem. Ou seja, a experiência de jogo daquele jogador dependia de algo que veio de fora do jogo e não de algo que acontecera nele.
Particularmente, eu prefiro que os eventos mais significativos e que moldam a experiência de jogo do personagem aconteçam durante as sessões, com a participação de todos e sem um controle total de uma única pessoa. Se um personagem vai ter um inimigo contra o qual ele vai dedicar sua energia, que ele adquira esse inimigo enquanto jogo e não em casa, longe dos outros jogadores. As partes mais importantes do jogo, ao meu ver, devem acontecer dentro dele e não fora.
Por isso que, hoje em dia, eu não me preocupo em pedir um histórico dos personagens dos jogadores (ainda mais jogando Dungeon Crawl Classics, onde o foco é jogar o máximo possível, perdendo pouquíssimo tempo com outras coisas, e os personagens começam no nível zero). Se alguém importante vai marcar a história dos personagens, que isto aconteça à medida que a gente joga e que todos possam participar e testemunhar isso. Com certeza esses eventos serão muito mais memoráveis do que aqueles criados sem ser ao redor da mesa e programados por uma única pessoa.
Mas, bem, isto é apenas a maneira de que eu gosto de fazer, pelo menos nos jogos que costumo conduzir hoje em dia. Muitas pessoas ainda vão preferir jogos em que os personagens tenham ricos históricos antes de começar o jogo e isso é ótimo para elas. Só achei que seria legal falar um pouco sobre o porquê de eu não me importar mais tanto com isso.
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