Aconteceu nesse final de semana passado, dias 12 e 13 de setembro, mais uma edição do World RPG Fest, um dos maiores eventos de RPG, Board Games e Card Games do Brasil, lá em Curitiba. Eu, obviamente, não podia perder essa e fui para lá conferir o evento e promover um pouco o Dungeon Crawl Classics RPG com a editora New Order.
Esse foi o meu terceiro ano consecutivo no evento, que é anual, e as minhas impressões sobre a edição de 2015 estão bem divididas. Tive algumas ótimas experiências para lembrar no futuro com carinho, mas também tive algumas experiências bem ruins que me deixaram com um gostinho amargo na boca em relação ao evento deste ano. Vamos começar falando das coisas boas, né?
Boas Impressões
O Social: uma das coisas mais legais e mais importantes desses encontros são as conexões e o social que você faz com outros jogadores, mestres, editores, escritores e blogueiros que comparecem ao encontro. É ótimo rever velhos rostos conhecidos, finalmente conhecer aquela galera com quem a gente interage na internet e conhecer pessoas totalmente novas que você encontra por lá. Isso não tem como dar errado e, pra variar, foi um dos pontos altos!
Dungeon Crawl Classics no Brasil: minha principal razão para viajar até Curitiba, deixando meu filhinho recém-nascido em casa era a promoção do meu RPG favorito que vai ser lançado pela New Order em 2016. Durante o evento distribuímos um Jogo Rápido com as regras para criar personagens de nível zero e para jogar aventuras funil (aliás, vem uma aventura inédita do Jogo Rápida escrita pelo Rafael Balbi e editada por mim). Isso sem falar nas mesas que rolaram do jogo e inclusive um torneio de personagens de nível zero que entraram em um cubo tetradimencional muito louco de um feiticeiro caótico e só conseguiram sair de lá depois de uma matança entre eles causada pela influência maligna desse feiticeiro. Em suma, muito louco!
Fortalecimento do RPG: Uma coisa legal de se ver foi a quantidade de mesas pelo salão em que pessoas estavam jogando RPG! Vários RPGs diferentes, de vários estilos, importados e nacionais, jogadores veteranos e novatos! Em comparação com edições passadas, parecia ter mais gente jogando RPGs do que anteriormente, e isso me enche de orgulho e felicidade, o hobby está sim se renovando e crescendo! Isso sem falar nos lançamentos da New Order e da Retropunk no encontro!
Más Impressões
Espaço e Localização: entretanto, o espaço desse ano foi, para mim, o pior de todos os que eu fui até hoje. Era basicamente uma quadra de futebol de salão onde rolou tudo. As mesas ficavam amontoadas uma ao lado das outras, sem muito espaço entre elas, agravando o problema de barulho. As palestras eram ali também, apenas separadas das mesas por aquelas divisórias de escritórios. Ou seja, barulheira atrapalhando as palestras e desconcentrando todos (ainda mais devido a outro problema que descreverei abaixo). O local também era meio isolado, sem estacionamento nem outros comércios por perto, nos restringindo a comer na lachonetezinha do clube.
Atrativos: como consequencia do espaço reduzido e restrito, as atrações desse ano também foram bem limitadas. Depois de uma volta de meia hora pelo evento você já tinha visto tudo que tinha para ver. O evento ocorreu só na parte da tarde esse ano (nos anos anteriores rolava evento de manhã e de tarde), reduzindo muito o número de palestras, mesas, workshops (se é que teve algum esse ano, só vi anunciarem um) e tudo mais. Uma pena.
Stands: das três edições que frequentei do World RPF Fest, esta foi a que teve menos stands de lojas e editoras e a com menor variedade de produtos e muito pouco produto importado. O pessoal, em geral, vendia os mesmos jogos das mesmas editoras. Senti falta de alguma lona vendendo RPGs importados, feira de usados (sempre rola uns achados legais) e de editoras como Galápagos, Devir e RedBox. No ano anterior rolou uma excelente palestra da Galápagos e uma loja cheia de coisas legais. Esse ano, nada...
“Mestres Profissionais”: e o pior de tudo foi o grupo de “mestres profissionais” que, aparentemente, não entendeu que o evento é frequentado por outras pessoas além deles. Não vou comentar o fato de se chamarem profissionais e cobrarem por mestrar (isso é assunto para outra ocasião, e não, não se compara com as mesas pagas na GENCON por exemplo). O problema deles são os gritinhos escandalosos para chamar atenção (afinal, eles querem ganhar uma grana). São diversas pessoas, mais de 20 gritando ao mesmo tempo em alto volume, repetidamente, ecoando pelo salão, interrompendo o jogo de todo mundo, atrapalhando palestras, assustando pessoas e tudo mais. Teve até narração pelo microfone do evento, que deveria ser usado para uma comunicação que fosse útil para todos os participantes, voltada apenas para os seus jogadores. Na minha opinião, isso demonstra é uma falta de profissionalismo e companheirismo com os demais participantes do evento. Muita gente reclamou de dor de cabeça, de que não conseguia jogar por causa daquilo, que tinha que repetir a mesma coisa quatro vezes na mesa porque toda hora era interrompido. Enfim, uma baita demonstração de egoísmo.
No geral, o evento, para mim, foi o pior dos três que eu participei, apesar de ter tido momentos memoráveis e da experiência de mostrar parte do trabalho como DCC RPG. Eu não sei, mas fiquei na dúvida se vale a pena continuar indo ano que vem.
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