O Dungeons & Dragons fez 40 anos há poucos dias e está para sair, pela Wizards of the Coast, mais uma edição dele, chamada de D&D Next ou D&D 5ª Edição. Mas vocês sabiam que, na verdade, essa será a 12ª versão do jogo já lançada? Desde o seu lançamento original em 1974 o Dungeons & Dragons passou por diversas encarnações, mudanças, e reformulações mudando bastante de cara e confundindo muita gente sobre qual versão é qual.
Aqui no Brasil, então, que não presenciou o lançamento de todas as edições essa confusão é ainda mais comum. Algumas pessoas acham que a versão original do D&D era aquela caixa preta da Grow; ou que não existiu AD&D 1ª Edição, como se a 1ª Edição fosse a caixa da Grow e a 2ª versão do jogo fosse o AD&D 2ª Edição. Com o lançamento daquela Caixa Básica vermelha do D&D 4ª Edição usando a mesma capa do D&D Basic do Mentzer as coisas pioraram mais ainda. Pensando nisso, resolvi fazer uma postagem rápida e resumida das diversas versões do D&D até então, a fim de ajudar as pessoas a identificar e conhecer a história do, possivelmente, mais importante RPG do mundo.
Original Dungeons & Dragons (1974-1977): Começando pelo começo, claro. Em janeiro 1974 a recém inaugurada TSR lança uma caixinha de madeira com os famosos "3 Little Brown Books" (3LBBs) com regras para transformar jogos de Wargame (o Chainmail) em um jogo de RPG (mas não existia esse termo na época). O conjunto era bem desorganizado e oferecia apenas as regras mais essenciais para se jogar sem muita confusão, como regras de combate, magia, e exploração. O resto era resolvido com o julgamento do Mestre. Ao contrário do que pensam, o combate não era tático (era bem abstrato aliás) e o uso do Chainmail não era obrigatório, já que os 3LBBs vinham com um sistema de combate alternativo. Existiam apenas 3 Classes de Personagem (Homens de Armas, Clérigos, e Usuários de Magia) e as Raças eram separadas das Classes (Humanos, Anões, Elfos e Hobbits). Está é uma edição muito jogada até hoje e foi recentemente relançada pela Wizards of the Coast em uma caixa de madeira para colecionadores.
Advanced Dungeons & Dragons 1st Edition (1977-1985): Três anos depois, após o lançamento de alguns suplementos para o Original D&D que adicionavam novas regras ao jogo Original, Gary Gygax resolveu reorganizar tudo e publicar um conjunto de regras mais organizado e integrado e o chamou de Advanced Dungeons & Dragons (a primeira edição de AD&D). Se observada atentamente, essa edição se assemelha bastante à edição original utilizando-se quase todos os seus suplementos. Raças continuam separadas de classes, CA é decrescente, há Psiônicos, diversas classes com raças tendo restrições na escolha delas. Foi nessa edição que surgiu os 9 alinhamentos do eixo Ordem x Caos e Bem x Mal. A Wizards of the Coast também relançou essa versão recentemente com capas comemorativas.
D&D Basic - Holmes (1977-1981): Eric Holmes foi contratado pela TSR para fazer uma versão mais simples e introdutória para o jogo a fim de atrair jogadores mais jovens. Conhecida como a Blue Box, essa caixa simplificou um as regras do D&D Original e se manteve mais fiel aos 3LBBs com poucas adições, mas com um texto mais claro e um apelo visual maior. A caixa continha regras para personagens até o 3º nível apenas, e a orientação era para que os jogadores passassem para o AD&D 1ª Edição em seguida.
D&D Basic/Expert - Moldvay/Cook (1981-1983): Em um lançamento praticamente simultâneo, a TSR lançou duas caixas o Basic e o Expert D&D, inaugurando uma nova linha que partiu da antiga Basic. O jogo continuava focado para atrair iniciantes do Hobby, mas não era mais apenas uma introdução para o AD&D, era uma linha separada e agora tinha regras para personagens de níveis altos também. Ainda inspirada principalmente nos 3 livros originais no OD&D, essa edição já tratava raças como classes, e simplificou o jogo ainda mais. O texto era claro, conciso, e tinha ilustrações geniais como as do artista Erol Otus. É uma edição muito cultuada até hoje e capaz de encantar muitos jogadores por sua elegância e flexibilidade.
D&D BECMI - Mentzer (1983-1989): Pouco tempo depois, Frank Mentzer fez uma revisão dessa nova linha do Dungeons & Dragons e lançou a famosa Red Box (a caixa do Basic anterior é conhecida como Magenta Box), e posteriormente mais outras quatro caixas, expandindo o jogo a níveis jamais antes visto, nem no AD&D. A cada caixa novas regras ia sendo introduzidas, especializações, e até regras para personagens se tornarem Deuses. Foi a edição do Basic que mais durou e teve ilustrações do cultuado Larry Elmore, mas não sei se tem tantos fãs como a versão anterior do Basic/Expert, já que com o tempo começou a haver um inchaço de regras.
Advanced Dungeons & Dragons 2nd Edition (1989-2000): Depois da saída de Gary Gygax da TSR, alguns usurpadores, quer dizer, Game Designer começaram a trabalhar em uma nova edição do jogo em 1987. Dois anos depois saem os 3 livros básicos do jogo. No seu nascimento, o AD&D 2ª Edição fez uma grande simplificação de certas áreas do AD&D 1ª edição (pegando até inspiração em algumas soluções do Basic), mas começou a introduzir outras mecânicas mais complexas que estavam em alta no final dos anos 80 (perícias, customização de personagens, kits). Não tardou muito para o jogo crescer bastante em complexidade e começar a ficar uma bagunça com as centenas de suplementos. Uma coisa que a 2ª Edição acertou em cheio foram os cenários de campanhas e seus Boxed Sets. Hoje essas caixas e cenários são disputados a tapas pelos fãs de qualquer edição, já que até esse ponto a adaptação de uma versão do jogo para outra não era tão complicado. Essa edição também foi relançada recentemente pela Wizards of the Coast em versões de colecionador.
D&D Classic (1991-2000): A última encarnação da linha introdutória do jogo. Aaron Allston organizou a famosa Rules Cyclopedia que é basicamente um resumão conciso e auto-explicativo de quase todo o material até então lançado nessa linha em pouco mais de 300 páginas (ok, com 3 colunas por páginas e o tamanho de letra que só garoto de 15 anos lê sem óculos, mas mesmo assim). Em um só livro há regras para personagens do 1º ao 36º nível, regras complementares de especialização, um cenário básico, magias pra caramba, bestiário, tudo que jamais um mestre pode precisar, e até mais do que ele precisa. Por ser uma edição super completa e compacta, essa versão é uma das mais aguardadas em um possível "Reprint" especial pela Wizards of the Coast.
D&D 3ª Edição (2000-2003): Após a aquisição da TSR pela Wizards of the Coast, uma nova edição foi lançada em 2000, chamada de Dungeons & Dragons 3ª Edição (deveria ser AD&D 3ª, mas como ia mudar muita coisa decidiram confundir a galera com um nome que não fizesse muito sentido, ou então porque era o 3º milênio, sei lá). Essa foi a maior reformulação que o jogo sofreu até então, e a adaptação de todo o material antigo que era intercambiável ficou mais difícil. Muitos fã que acompanhavam o jogo há anos ficaram perdidos e resolveram abandonar o barco aí, mas muitos continuaram e outros chegaram, já que o sistema atendia a muitos anseios dos jogadores dessa época. Agora havia muitas regras para tudo que você quisesse fazer. Não havia mais restrição de classes para raças, todo mundo precisava do mesmo XP para passar de nível, havia centenas e centenas de habilidades que você podia comprar e fazer "seu boneco" do jeito que quisesse, quer dizer, do jeito que as regras deixassem. O grande trunfo dessa edição foi a licença OGL que permitia qualquer um, sobre certas regras, publicar material compatível e até com as regras básicas dessa versão, gerando um Boom enorme no mercado de RPG, o que ajudou essa versão a ser bem popular.
D&D 3.5 (2003-2008): Porém, com tantas regras, suplementos, e material saindo para a versão anterior, não demorou muito para ela se transformar num caos de Munchkins. Por isso em 2003 saiu a versão revisada e melhorada da 3ª Edição (D&D do 3º milêncio). Não foi uma mudança tão drástica assim, foi mais um ajuste mecânico aqui e ali e uma oportunidade de vender novos livros. Muito material ainda era compatível entre as duas. Os princípios dos jogos dessa época foram mantidos, com bastante regras e opções variáveis para todos os campos dentro do jogo. Cada suplemento trazia mais e mais opções e regras para você fazer todos os tipos de personagens que as regras permitissem. Aliás, esse versão foi republicada recentemente também.
D&D 4.0 (2008-2010): No final dos anos 2000 veio uma crise braba no cenário RPGístico mundial (e no econômico também, aliás), e os executivos da Hasbo/Wizards of the Coast resolveram lançar uma nova edição para atrair o público jovem da época, os jogadores de MMOs na internet e de jogos eletrônicos. O Dungeons & Dragons passou por outra reformulação completa, se tornando ainda mais distante de suas origens do que a edição anterior. O jogo se tornou mais tático, mais visual, muito mais chamativo e voltado para poderes dos personagens. Vários princípios que vinham do jogo desde do princípio foram descartados em favor de uma estilo mais adequado para o público "moderno". Houve um esforço muito grande para tornar o jogo equilibrado, o que de fato ocorreu. No entanto, para muitos fãs antigos essa edição deixou o jogo irreconhecível e isso foi um dos fatores que deu força à chamada OSR (Old School Renaissance), um movimento que tem por objetivos revigorar o interesse nas edições antigas de D&D.
D&D Essentials (2010-2014): Em 2010, vendo que o Dungeons & Dragons vinha perdendo força e terreno para outros jogos, uma revisão das regras e do clima do D&D 4ª edição foi feita, resultando no Essentials. Algumas coisas foram simplificadas e alguns elementos foram inseridos no jogo visando simular um clima parecido com as edições antigas do jogo, limitando em certos pontos às diversas liberdades introduzidas desde o D&D 3ª Edição. Isso foi feito na esperança de trazer de volta um público que tinha abandonado o jogo (até publicaram uma caixa fingindo ser a famosa RedBox). Só que o tiro saiu pela culatra. A linha Essentials não agradou tanto o pessoal que já curtia o D&D 4e, por causa das limitações e simplificações, e não convenceu o pessoal que abandonou o jogo.
D&D Next (2014): E esse ano sai nada mais nada menos que a 11ª versão do D&D (isso se não contarmos a 2.5 que são os Skills & Powers e tudo mais). O D&D Next surgiu com várias promessas de reunir os jogadores de D&D em uma só versão que fosse modular, agradando desde os jogadores das primeiras edições até os jogadores das versões mais atuais. Um grande Playtest foi conduzido, teve várias versões, convenceu alguns, desagradou outros, desiludiu muitos. Eu, particularmente, vou esperar a versão final para falar algo. Pelos Playtests parece ser a melhor versão do jogos desde a 3ª Edição, mas nada que me faça abandonar ar edições antigas que mais gosto. E com esse nome fica a pergunta, qual será o nome da edição seguinte à NEXT?
Bem, acho que isso é tudo. Este não é guia definitivo e explicativo de todos os detalhes de cada uma das edições, mas ajuda a dirimir algumas dúvidas sobre qual versão é qual do jogo. Obviamente o autor desse blog prefere as primeiras versões de D&D, mas admite que todas elas tem seus pontos fortes e fracos capazes de agradar tipos de jogadores diferentes. O importante e deixar todas elas vivas, sem esquecer que todas são validas e jogáveis, mesmo que não saia nenhum livro (oficialmente) para elas.
Se você gostou da postagem, visite a página do Pontos de Experiência no Facebook e clique em curtir. Você pode seguir o blog no Twitter também no @diogoxp.
Aqui no Brasil, então, que não presenciou o lançamento de todas as edições essa confusão é ainda mais comum. Algumas pessoas acham que a versão original do D&D era aquela caixa preta da Grow; ou que não existiu AD&D 1ª Edição, como se a 1ª Edição fosse a caixa da Grow e a 2ª versão do jogo fosse o AD&D 2ª Edição. Com o lançamento daquela Caixa Básica vermelha do D&D 4ª Edição usando a mesma capa do D&D Basic do Mentzer as coisas pioraram mais ainda. Pensando nisso, resolvi fazer uma postagem rápida e resumida das diversas versões do D&D até então, a fim de ajudar as pessoas a identificar e conhecer a história do, possivelmente, mais importante RPG do mundo.
Original Dungeons & Dragons (1974-1977): Começando pelo começo, claro. Em janeiro 1974 a recém inaugurada TSR lança uma caixinha de madeira com os famosos "3 Little Brown Books" (3LBBs) com regras para transformar jogos de Wargame (o Chainmail) em um jogo de RPG (mas não existia esse termo na época). O conjunto era bem desorganizado e oferecia apenas as regras mais essenciais para se jogar sem muita confusão, como regras de combate, magia, e exploração. O resto era resolvido com o julgamento do Mestre. Ao contrário do que pensam, o combate não era tático (era bem abstrato aliás) e o uso do Chainmail não era obrigatório, já que os 3LBBs vinham com um sistema de combate alternativo. Existiam apenas 3 Classes de Personagem (Homens de Armas, Clérigos, e Usuários de Magia) e as Raças eram separadas das Classes (Humanos, Anões, Elfos e Hobbits). Está é uma edição muito jogada até hoje e foi recentemente relançada pela Wizards of the Coast em uma caixa de madeira para colecionadores.
Advanced Dungeons & Dragons 1st Edition (1977-1985): Três anos depois, após o lançamento de alguns suplementos para o Original D&D que adicionavam novas regras ao jogo Original, Gary Gygax resolveu reorganizar tudo e publicar um conjunto de regras mais organizado e integrado e o chamou de Advanced Dungeons & Dragons (a primeira edição de AD&D). Se observada atentamente, essa edição se assemelha bastante à edição original utilizando-se quase todos os seus suplementos. Raças continuam separadas de classes, CA é decrescente, há Psiônicos, diversas classes com raças tendo restrições na escolha delas. Foi nessa edição que surgiu os 9 alinhamentos do eixo Ordem x Caos e Bem x Mal. A Wizards of the Coast também relançou essa versão recentemente com capas comemorativas.
D&D Basic - Holmes (1977-1981): Eric Holmes foi contratado pela TSR para fazer uma versão mais simples e introdutória para o jogo a fim de atrair jogadores mais jovens. Conhecida como a Blue Box, essa caixa simplificou um as regras do D&D Original e se manteve mais fiel aos 3LBBs com poucas adições, mas com um texto mais claro e um apelo visual maior. A caixa continha regras para personagens até o 3º nível apenas, e a orientação era para que os jogadores passassem para o AD&D 1ª Edição em seguida.
D&D Basic/Expert - Moldvay/Cook (1981-1983): Em um lançamento praticamente simultâneo, a TSR lançou duas caixas o Basic e o Expert D&D, inaugurando uma nova linha que partiu da antiga Basic. O jogo continuava focado para atrair iniciantes do Hobby, mas não era mais apenas uma introdução para o AD&D, era uma linha separada e agora tinha regras para personagens de níveis altos também. Ainda inspirada principalmente nos 3 livros originais no OD&D, essa edição já tratava raças como classes, e simplificou o jogo ainda mais. O texto era claro, conciso, e tinha ilustrações geniais como as do artista Erol Otus. É uma edição muito cultuada até hoje e capaz de encantar muitos jogadores por sua elegância e flexibilidade.
D&D BECMI - Mentzer (1983-1989): Pouco tempo depois, Frank Mentzer fez uma revisão dessa nova linha do Dungeons & Dragons e lançou a famosa Red Box (a caixa do Basic anterior é conhecida como Magenta Box), e posteriormente mais outras quatro caixas, expandindo o jogo a níveis jamais antes visto, nem no AD&D. A cada caixa novas regras ia sendo introduzidas, especializações, e até regras para personagens se tornarem Deuses. Foi a edição do Basic que mais durou e teve ilustrações do cultuado Larry Elmore, mas não sei se tem tantos fãs como a versão anterior do Basic/Expert, já que com o tempo começou a haver um inchaço de regras.
Advanced Dungeons & Dragons 2nd Edition (1989-2000): Depois da saída de Gary Gygax da TSR, alguns usurpadores, quer dizer, Game Designer começaram a trabalhar em uma nova edição do jogo em 1987. Dois anos depois saem os 3 livros básicos do jogo. No seu nascimento, o AD&D 2ª Edição fez uma grande simplificação de certas áreas do AD&D 1ª edição (pegando até inspiração em algumas soluções do Basic), mas começou a introduzir outras mecânicas mais complexas que estavam em alta no final dos anos 80 (perícias, customização de personagens, kits). Não tardou muito para o jogo crescer bastante em complexidade e começar a ficar uma bagunça com as centenas de suplementos. Uma coisa que a 2ª Edição acertou em cheio foram os cenários de campanhas e seus Boxed Sets. Hoje essas caixas e cenários são disputados a tapas pelos fãs de qualquer edição, já que até esse ponto a adaptação de uma versão do jogo para outra não era tão complicado. Essa edição também foi relançada recentemente pela Wizards of the Coast em versões de colecionador.
D&D Classic (1991-2000): A última encarnação da linha introdutória do jogo. Aaron Allston organizou a famosa Rules Cyclopedia que é basicamente um resumão conciso e auto-explicativo de quase todo o material até então lançado nessa linha em pouco mais de 300 páginas (ok, com 3 colunas por páginas e o tamanho de letra que só garoto de 15 anos lê sem óculos, mas mesmo assim). Em um só livro há regras para personagens do 1º ao 36º nível, regras complementares de especialização, um cenário básico, magias pra caramba, bestiário, tudo que jamais um mestre pode precisar, e até mais do que ele precisa. Por ser uma edição super completa e compacta, essa versão é uma das mais aguardadas em um possível "Reprint" especial pela Wizards of the Coast.
D&D 3ª Edição (2000-2003): Após a aquisição da TSR pela Wizards of the Coast, uma nova edição foi lançada em 2000, chamada de Dungeons & Dragons 3ª Edição (deveria ser AD&D 3ª, mas como ia mudar muita coisa decidiram confundir a galera com um nome que não fizesse muito sentido, ou então porque era o 3º milênio, sei lá). Essa foi a maior reformulação que o jogo sofreu até então, e a adaptação de todo o material antigo que era intercambiável ficou mais difícil. Muitos fã que acompanhavam o jogo há anos ficaram perdidos e resolveram abandonar o barco aí, mas muitos continuaram e outros chegaram, já que o sistema atendia a muitos anseios dos jogadores dessa época. Agora havia muitas regras para tudo que você quisesse fazer. Não havia mais restrição de classes para raças, todo mundo precisava do mesmo XP para passar de nível, havia centenas e centenas de habilidades que você podia comprar e fazer "seu boneco" do jeito que quisesse, quer dizer, do jeito que as regras deixassem. O grande trunfo dessa edição foi a licença OGL que permitia qualquer um, sobre certas regras, publicar material compatível e até com as regras básicas dessa versão, gerando um Boom enorme no mercado de RPG, o que ajudou essa versão a ser bem popular.
D&D 3.5 (2003-2008): Porém, com tantas regras, suplementos, e material saindo para a versão anterior, não demorou muito para ela se transformar num caos de Munchkins. Por isso em 2003 saiu a versão revisada e melhorada da 3ª Edição (D&D do 3º milêncio). Não foi uma mudança tão drástica assim, foi mais um ajuste mecânico aqui e ali e uma oportunidade de vender novos livros. Muito material ainda era compatível entre as duas. Os princípios dos jogos dessa época foram mantidos, com bastante regras e opções variáveis para todos os campos dentro do jogo. Cada suplemento trazia mais e mais opções e regras para você fazer todos os tipos de personagens que as regras permitissem. Aliás, esse versão foi republicada recentemente também.
D&D 4.0 (2008-2010): No final dos anos 2000 veio uma crise braba no cenário RPGístico mundial (e no econômico também, aliás), e os executivos da Hasbo/Wizards of the Coast resolveram lançar uma nova edição para atrair o público jovem da época, os jogadores de MMOs na internet e de jogos eletrônicos. O Dungeons & Dragons passou por outra reformulação completa, se tornando ainda mais distante de suas origens do que a edição anterior. O jogo se tornou mais tático, mais visual, muito mais chamativo e voltado para poderes dos personagens. Vários princípios que vinham do jogo desde do princípio foram descartados em favor de uma estilo mais adequado para o público "moderno". Houve um esforço muito grande para tornar o jogo equilibrado, o que de fato ocorreu. No entanto, para muitos fãs antigos essa edição deixou o jogo irreconhecível e isso foi um dos fatores que deu força à chamada OSR (Old School Renaissance), um movimento que tem por objetivos revigorar o interesse nas edições antigas de D&D.
D&D Essentials (2010-2014): Em 2010, vendo que o Dungeons & Dragons vinha perdendo força e terreno para outros jogos, uma revisão das regras e do clima do D&D 4ª edição foi feita, resultando no Essentials. Algumas coisas foram simplificadas e alguns elementos foram inseridos no jogo visando simular um clima parecido com as edições antigas do jogo, limitando em certos pontos às diversas liberdades introduzidas desde o D&D 3ª Edição. Isso foi feito na esperança de trazer de volta um público que tinha abandonado o jogo (até publicaram uma caixa fingindo ser a famosa RedBox). Só que o tiro saiu pela culatra. A linha Essentials não agradou tanto o pessoal que já curtia o D&D 4e, por causa das limitações e simplificações, e não convenceu o pessoal que abandonou o jogo.
D&D Next (2014): E esse ano sai nada mais nada menos que a 11ª versão do D&D (isso se não contarmos a 2.5 que são os Skills & Powers e tudo mais). O D&D Next surgiu com várias promessas de reunir os jogadores de D&D em uma só versão que fosse modular, agradando desde os jogadores das primeiras edições até os jogadores das versões mais atuais. Um grande Playtest foi conduzido, teve várias versões, convenceu alguns, desagradou outros, desiludiu muitos. Eu, particularmente, vou esperar a versão final para falar algo. Pelos Playtests parece ser a melhor versão do jogos desde a 3ª Edição, mas nada que me faça abandonar ar edições antigas que mais gosto. E com esse nome fica a pergunta, qual será o nome da edição seguinte à NEXT?
Bem, acho que isso é tudo. Este não é guia definitivo e explicativo de todos os detalhes de cada uma das edições, mas ajuda a dirimir algumas dúvidas sobre qual versão é qual do jogo. Obviamente o autor desse blog prefere as primeiras versões de D&D, mas admite que todas elas tem seus pontos fortes e fracos capazes de agradar tipos de jogadores diferentes. O importante e deixar todas elas vivas, sem esquecer que todas são validas e jogáveis, mesmo que não saia nenhum livro (oficialmente) para elas.
Se você gostou da postagem, visite a página do Pontos de Experiência no Facebook e clique em curtir. Você pode seguir o blog no Twitter também no @diogoxp.
Nenhum comentário:
Postar um comentário