quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Romance no RPG - Uma aventura por si só

Anteontem foi o dia de São Valentim ou Valentine's Day como é mais conhecido. Lá fora, esse dia é como o nosso dia dos namorados (12 de junho), por isso resolvi, ainda que dois dias atrasado, fazer essa postagem em homenagem a essa data.

Romance é um elemento pouco utilizado, se é que utilizam alguma vez, na grande maioria das mesas de RPG por aí (se eu estiver errado, comente como a sua mesa explora esse tema). No entanto, esse tema pode ser explorado de forma muito produtiva em qualquer campanha. Ele pode introduzir novos elementos na narrativa, conflitos diferentes, novos personagens e interesses e momentos de "roleplay" divertidos mas, também, deve ser utilizado com cautela, pois existem maneiras certas e erradas de se introduzir esse elemento.

O romance no RPG é legal no sentido da exploração, da história sendo desenvolvida, dos desafios a serem superados e da busca por algo único. O romance pode ser uma aventura por si só, entrelaçada na campanha. Há dificuldades a serem vencidas, pois nenhuma sociedade aceitaria de forma normal o romance entre uma donzela e um aventureiro sem restrições, que sai por aí em busca de tesouros. Há diversos ritos e restrições que podem ser pontos de conflitos. Outros pretendentes, amantes, ex-namorados, enfim, há uma infinidade de possibilidades para boas histórias e aventuras.

Só para ter ideia, que tal se em uma aventura um homem local se apaixonasse pela paladina do grupo e fizesse de tudo para estar ao seu lado, irritando terrivelmente a curandeira local que secretamente o amava. E se, em sua loucura, ele seguisse o grupo em uma aventura e acabasse tendo que ser salvo? Ou então, uma ocasião em que um personagem esteja tentando conseguir ficar ao lado da filha do Barão, que não aceita de forma alguma essa relação, e o resto do grupo deve ajudar a distrair os guardas do nobre para que o amigo consiga falar com a donzela antes de partir? E se o barão for na verdade o vilão que tem atormentado o sono dos heróis por todo esse tempo?

Dá para perceber que a introdução desse tema nas mesas pode trazer histórias muito interessantes. Pense em como a sociedade do seu mundo de campanha lida com as relações entre as pessoas. É normal um homem que vive viajando, sem ter um local fixo onde vive, que está sempre com armas em punho, cheirando a suor de orc e arriscando a vida diariamente ser agraciado com a mão de uma moça de família? Quais as restrições entre o relacionamento de personagens de raças diferentes? E crenças diferentes? Quais os obstáculos que as pessoas teriam que enfrentar para viverem esse romance.

Por fim, se as coisas evoluírem em direção ao que acontece na cama, role um dado e siga em frente. O legal do romance é a exploração e os desafios. E você? Já pensou em utilizar romance em suas aventuras? Se já, como foi a experiência? Conte para nós!

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5 comentários:

  1. Romance nunca foi o tema em minhas campanhas, ele até acontece, mas nunca se tornou o foco da historia.

    Porém, uma vez, durante uma curta campanha de L5R que participei, um meu samurai poupou a vida de uma inimiga, pois concluiu que ela estava sob efeito de controle mental, e que esse controle havia sido quebrado. Outro jogador, queria matar todos os envolvidos, alegando que eles tinham se contaminado, mas o impedi de matá-la.

    Engraçado como isso se tornou o foco da aventura. O amor do meu personagem, o repúdio do outro, e o desespero da mulher perante toda essa situação. Foi uma das melhores sessões q ja joguei até hj, com situações de Roleplay que eu nunca tinha experimentado.

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    1. Mas é por aí mesmo. Romance não precisa ser o tema central das campanhas, mas pode enriquecê-las como um tema marginal, transversal.

      A situação que você descreveu foi muito legal. Imagine como ela podia se desenvolver em aventuras próprias. A mulher podia se apaixonar pelo ser personagem. Um antigo amante dela podia querer matá-lo. Ela poderia querer se livrar do outro personagem que queria matá-la e por aí vai.

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  2. Eu gostei muito do artigo. Eu acho que o romance é uma instancia da vida, portanto pode sim ser um dos temas do RPG. Mas com elegancia, sempre. Sem ser algo constrangedor. Vale lembrar que se o personagem não for humano, tem que se pensar muito bem em como interpretar isso.

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    1. Sem dúvida, Belle Vox. Estamos falando de romance, né? Não de carnaval (heheheh). Se o personagem não for humano, é mais uma coisa para enriquecer a narrativa. Como essas criaturas se relacionam? Há tabus entre relações com outras espécies? Vencer essas barreiras é uma aventura em si mesma.

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    2. Eu sempre consegui encaixar o tema de maneira que ele se adequasse ao que eu queria da campanha. Já utilizei pra enganar um personagem, e para abrir um novo procedente na hitória.

      Em uma campanha política em Forgotten Realms, mais especificamente em Dalelands, um dos jogadores foi escolhido pala rainha de Scardale - Scyllua Aumensair - para seu amante, e ela acabou ficando grávida dele. Na verdade, ele era um Bárbaro, príncipe de uma tribo Uthgar, e ela pensou que politicamente poderia ser interessante a alinça com a tribo. Como o jogado tinha um roleplay refinado, e conseguiu fazer do barbaro o personagem mais interessante da mesa, eu acabei criando essa história entre os dois. E ela acabou, mesmo sem admitir, gostando dele, o qual ela tinha como amante casual.

      Tinham muitos enredos políticos envolvidos na trama, sobretudo, por ela ser a Castelã de Zhentil's Keep, maior inimigo de Dalelands. Ela era filha ilegítima do antigo rei e reivindicou o trono daquele Vale, o que trouxe certo receio, principalmente pela rápido expansão territorial após o início de seu reinado, e seus acordos comerciais nada bem vistos com o Red Wizads. Apesar do clima tenso da campanha, esse "romance" dava boas doses de diversão ao grupo.

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