quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crônicas da Terceira Era - Linhagens - Parte II

A companhia estava em uma situação nada agradável. Robin fora ferido, envenenado e capturado pelas aranhas que surgiram entre a escuridão da floresta. Isso sem contar os outros problemas que estavam tentando resolver, como o rapto de um jovem dos homens da floresta por dois trolls e a missão que receberam de Radagast, ajudar a linhagem de Lupus, que estaria sendo caçada por wargs. Mas, no momento, o que tinham que fazer era salvar o seu companheiro.

Entre eles e o hobbit, que estava sendo carregado por três aranhas gigantes, com carapaças negras e babando uma gosma esverdeada de suas mandíbulas, haviam mais cinco aracnídeos. Isso, antes do balançar do machado de duas mãos de Klandrin. O anão, vendo um de seus amigos em perigo, estava em um estado de fúria incontrolada e rapidamente dilacerou uma das criaturas que tentava impedir que ele passasse. Enquanto isso, Aerandir tentou atirar flechas contra aquelas criaturas que levavam Robin mas foi impedido quando uma teia foi atirada nele deixando seus movimentos limitados. Drarin, sabendo que não tinha tempo a perder, tentou uma manobra arriscada. Ele esperou a criatura chegar bem próxima a ele, prestes a atacar-lhe com suas mandíbulas, quando, de repente, ele correu, rolou por debaixo dela, cortou duas de suas patas e a parte traseira de seu tronco. Ele estava do outro lado agora e correu em direção ao hobbit.

Ao mesmo tempo, Elmara lutava contra uma enorme aranha escura, que a provocava com insultos. A dúnedan estava cautelosa e tinha dificuldades em sobrepujar seu oponente. Enquanto seus companheiros eventualmente conseguiram passar pelo bloqueio que as aranhas tinham formado para resgatar o pequenino, a dúnedan fora pega de surpresa por uma das criaturas que a atacou por trás enquanto outra a prendia em uma teia tecida rapidamente. Desprepara, o ferrão do monstro penetrou fundo seu corpo, injetando o veneno maldito que a deixaria indefesa e inerte em poucos minutos.

Mais a frente, Drarin alcançara os aracnídeos que carregavam seu companheiro. Ansioso, porém, ele apenas conseguiu golpear um deles, que não deixou de continuar a empurrar a sua comida para cima. Klandrin, após cortar uma aranha ao meio com seu machado, grita para que Robin aguente firme e dispara em direção aos monstros, acertando um deles de forma brutal. Agora, Robin só estava sendo carregado por dua aranhas.

Aerandir, que tinha acabado de perfurar a cabeça de seu oponente com sua espada, viu seus amigos tentando soltar o hobbit de seus raptores. Ele puxou seu arco e mirou na aranha que Drarin já tinha ferido anteriormente e soltou sua flecha. Ela foi certeira, derrubando mais uma aranha. O pequeno Robin então despencou da árvore de onde estava sendo carregado, fazendo um barulho seco ao cair nas raízes. Mas antes que pudessem comemorar, a companhia viu que Elmara também tinha sido derrubada e um dos aracnídeos restantes tentava puxá-la para um local em que a pudesse devorar.

Mas agora eles eram maioria, e mesmo tentando ser rápida a aranha que capturara a dúnedan não era páreo para dois anões e um elfo. Não demorou muito para que ela desistisse e fugisse de volta para a escuridão de onde veio. Eles tinham sobrevivido, mas o custo foi alto. Aerandir tentou logo neutralizar o veneno em Elmara, já que ela fora envenenada a poucos minutos e com sorte conseguiu retirar boa parte do veneno que corria em sua corpo, ela poderia andar sozinha, apesar de algumas dificuldades. Entretanto, o caso de Robin era mais complicado, pois já tinha o veneno injetado em seu corpo a mais tempo. O elfo fez o que podia e esperava que o pequenino voltaria a se sentir melhor no dia seguinte.

Drarin colocou Robin sobre seus ombros e o grupo fez o caminho de volta, para onde encontraram o jovem Akunel. Demoraram um pouco para achar o caminho na escuridão de Mirkwood e, quando passaram perto da margem do Rio Verde, ouviram uma voz suave e feminina chamar pelo nome deles. Com medo de que se tratasse de alguma feitiçaria ou espírito maligno, a companhia se afastou o mais rápido que fosse do local, já possuíam problemas suficientes. Ao encontrarem o rapaz, esse estava desacordado apoiado na árvore onde fora deixado. O grupo o acordou e a primeira coisa que ele perguntou foi se eles conseguiram resgatar seu amigo. Com a resposta negativa, o garoto indagou o motivo e implorou para que não desistissem, que ainda havia tempo, mas que se demorassem mais os trolls o comeriam. Os aventureiros, infelizmente, disseram que não conseguiriam ajudar o outro homem da floresta no estado que estavam. Voltariam para Rhosgobel para se recuperar e após esse tempo voltariam para a floresta. Contrariado, Akunel foi com eles.

A jornada de volta a vila demoraria mais três dias. A chuva tinha diminuído, o ar estava parado e uma lua crescente brilhava no céu. Eles passariam a primeira noite perto da borda da floresta, debaixo de uma enorme árvore que possuía um tronco oco onde puderam se abrigar. Era apertado, mas era mais seguro que descansar a céu aberto. A noite passara tranquila, alguns pássaros passaram pelo local e o som deles podia ser ouvido vez ou outra. Mas quando a manhã chegou, Aerandir percebeu que Akunel não estava mais entre eles, talvez tivesse aproveitado o silêncio da noite para voltar e procurar seu amigo.

O grupo estava, agora, em outro dilema. Voltariam para Rhosgobel abandonando de vez os dois rapazes a sorte naquela floresta escura ou arriscariam os poucos recursos que ainda possuíam para tentar salvá-los? A decisão da companhia foi a de que Drarin, Klandrin e Aerandir partiriam em busca deles, enquanto Robin e Elmara permaneceriam ali, recuperando suas forças. Robin ainda nem acordara de seu torpor quando os três partiram de volta para o interior de Mirkwood. Dessa vez, porém, eles decidiram tentar a sorte e iriam em direção às ruínas em que os trolls estariam, seguindo o leito do rio.

Não demorou muito para que ouvissem novamente aquela voz, mas dessa vez eles viram a criatura que os chamava. Ela era uma mulher, com feições finas e alongadas, como de uma elfa, porém ela estava completamente nua, com apenas parte do tronco fora d'água. Seus cabelos eram negros, assim como seus olhos, uma sensação de tranquilidade de jovialidade podia ser sentida na presença dela. Ela era uma dama do rio, e disse que queria ajudá-los a encontrar aqueles que procuravam. Segunda a dama, um dos trolls que capturaram os garotos estava ausente de se refúgio, permanecendo apenas um deles. Fazendo uma oferta aos heróis, disse que poderia chamar a atenção do monstro enquanto eles entrariam na torre para salvar os prisioneiros. Não tendo nenhuma outra opção em mente eles aceitaram, alguma ajuda era melhor do que nada e assim seguiram caminho em direção ao norte, acompanhados pela mulher que nadava pelo rio.

Chegaram lá em pouco mais de uma hora. Na antiga construção podia ver a luz de uma fugueira e a sombra de uma enorme criatura. Certificando-se que todos estavam prontos, a dama do rio começou a entoar uma canção jocosa em que chamava o troll para fora da torre, insultando-o e o desafiando a pegá-la. Trolls não são criaturas muito inteligentes e isso foi suficiente para atraí-lo de se covil. O monstro veio, enfurecido, com um enorme tacape de madeira que mais parecia uma árvore em sua mão direita. Aerandir, furtivamente foi até a torra e encontrou os dois garotos desacordados em um grande saco. Ao soltá-los ele exigiu que fizessem silêncio e o seguissem, mas fracos como estavam acabaram não sendo tão furtivos como deveriam ser. Um deles tropeçou em uma das pedras da ruína, que rolou colina abaixo. O troll ouvira o barulho, e gritara de raiva por ver sua refeição fugindo com um elfo. Antes que ele pudesse voltar para atacar os fugitivos, Drarin sai de trás de uma árvore xingando o monstro, dizendo que matara o outro troll e arremessando uma pedra na cabeça da criatura. Isso a deixou bastante irritada, o que ela deixou bastante claro ao proferir um grio horrendo que faz pássaros levantarem voo de suas moradas há uma distância considerável. A mulher do rio virou-se para eles e gritou: "Agora corram!".

E foi exatamente o que tentaram fazer. Entretanto, antes que suas pernas de anão respondessem, Drarin foi atingido por um golpe brutal do monstro, que o fez cair há alguns metros de distancia. A força da criatura era formidável, e o ódio que ela tinha contra anões a deixava ainda mais forte. Seu companheiro, Klandrin, aproveitou o momento e pulou sobre o troll, acertando um a lâmina de seu machado nas costas da criatura, que urrou de raiva. Os dois, então, correram em direções diversas, se distanciando da criatura que não sabia qual perseguir primeiro. Ao mesmo tempo, Aerandir levava os jovens homens da floresta para um esconderijo entre as árvores e pedras a oeste dali. Com eles, o elfo permaneceu até ter certeza de que o monstro não estava por perto. E assim o grupo permaneceu por algum tempo, escondidos e fugindo da criatura, só se reencontrando a alguns quilômetros dali, onde tinham visto Akunel pela primeira vez.

Tinham salvo os dois jovens mas, agora, Drarin também estava ferido. Voltaram para o local onde Elmara e Robin descansavam e decidiram que seria melhor voltar para Rhosgobel. Ficariam lá até estarem completamente recuperados e, então, iriam procurar os lobos da floresta. Akunel, ouvindo a discussão, mencionou sobre uma trilha secrete, do outro lado do Rio Verde que levava até o vale escondido onde a linhagem de Lupus vivia, e que poderiam levá-los lá no dia seguinte, mas os heróis acharam que seria mais seguro se estivessem todos recuperados e partiriam amanhã para a vila.

A viajem até a comunidade dos homens da floresta foi calma. As chuvas tinham diminuído e uma brisa fresca soprava do oeste, onde viam as imponentes Montanhas Solitárias. Ao chegarem lá, as pessoas se animaram, achando que eles tinham encontrado os nobres lobos mas, ao contarem todo o ocorrido, um ar de melancolia abateu a todos. Não tinham mais certeza se haveria tempo de salvar aqueles que estavam presos entre os wargs. A companhia permaneceu em Rhosgobel por oito dias, tempo em que a maioria aproveitou para se recuperar e aprender um pouco mais sobre o caminho secreto até o vale dos lobos. Parecia que tal trilha era mais uma lenda do que algo demarcado mas, mesmo assim, Guriel, a líder dos caçadores, indicou a suposta localização do caminho no mapa que o grupo carregava.

Elmara, em algumas de suas andanças pelos arredores, descobriu que um grupo de wargs estava ativo na região, provavelmente vigiando e preparando um ataque ou emboscada àqueles que se distanciassem muito da vila. A dúnedan avisou ao conselho de anciões do vilarejo, e todos foram avisados, eles iriam se preparar para o possível confronto. Mensageiros foram enviados para os outros povoados dos homens da floresta e para seus aliados do norte, os Beornings. A companhia, porém, não iria ficar, deveria tentar encontrar o povo de Lupus, ainda.

Mais uma vez, eles partiram em direção à floresta de Mirkwood. Alguns com a sensação de que poderia ser a última vez que estariam vendo os rostos daqueles homens e mulheres. Conhecendo melhor o caminho, a jornada foi um pouco mais fácil, e no início do terceiro dia eles estavam atravessando o Rio Verde por uma árvore caída que ligava as duas margens.

Depois, andaram por algumas horas entre os caminhos tortuosos e passagens sem saída daquela mata escura e sinistra, até que avistaram o local onde lhes disseram que o tal caminho secrete podia ser encontrado, um pequeno desfiladeiro entre duas colinas de pedras escuras. No entanto, outras criaturas tinham chegado lá antes. No alto, dezenas de lobos negros, gigantes e deformados os olharam com olhos vermelhos, e um uivo sinistro ecoou entre as árvores. Wargs estavam ali, e estavam com raiva.

A companhia correu para o interior do desfiladeiro, Drarin e Robin conseguiram saltar entre as pedras e chegar ao fundo mais rápido. Procuravam por algum sinal da passagem. Enquanto isso, Klandrin, Elmara e Aerandir vinham atrás, impedindo que os wargs chegassem mais perto. Um flecha certeira da dúnedan colocou fogo na pelugem de uma das criaturas que se desesperou derrubando outras que viam atrás. Eles sabiam que aqueles monstros odiavam fogo e iriam usar isso contra eles.

Então Robin gritou: "Aqui! Aqui! A passagem é por aqui!" - sumindo entre as pedras na parte inferior do desfiladeiro. Drarin foi logo atrás, mas os outros três estavam, ainda, a uma certa distância. Eles foram para lá o mais rápido que podiam, com wargs vindo atrás, sedentos de sangue. Quando estavam em frente a passagem uma das criaturas os alcançou. Kladrin conseguiu feri-la com o cabo do machado e Aerandir acertou uma flecha no olho dela. Todos entraram no buraco mas mais inimigos estavam vindo. O grupo juntou suas forças e começaram a bloquear a passagem com pedras que estavam por ali. Graças ao conhecimento dos anões sobre túneis, rochas e passagens, eles formaram uma barreira rapidamente. Estavam salvos por enquanto.

Do outro lado podiam ouvir os uivos e grunhidos dos wargs. Um deles com uma força descomunal, tentava forçar sua passagem e fazia as pedras balançarem. Tinham que sair dali, tinham que seguir o caminho que agora estava a frente deles. Mas será que aquele era o caminho certo?

Essa história está sendo criada em uma mesa de The One Ring - Adventures over the Edge of the Wild. Cada sessão corresponde a uma parte da história, que se cria e modifica conforme todos os envolvidos decidem o que seus personagens fazem e como eles reagem.

Para ler as outras partes dessa crônica clique aqui.

2 comentários:

  1. Muito boa a história estou gostando de acompanhar esses reportes

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    1. Que bom que está gostando! Estamos adorando jogar também! Pretendo escrever outras histórias paralelas que vão surgir com as aventuras One-Shot que mestro em eventos também! :)

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