Aventureiros, exploradores, caçadores de tesouros, mercenários, loucos, irresponsáveis, heróis... Os personagens dos jogadores em RPGs de aventura e fantasia, principalmente, são bem diferentes da imensa maioria da população dos mundos que pertencem. Pouquíssimos são aqueles dispostos a deixar a relativa segurança das comunidades para viajar a distâncias maiores que dois dias de viajem. O mundo não é como o nosso hoje, quando sabemos o que se encontra atrás das montanhas próximas ou qual o caminho mais rápido entre duas cidades. É o mundo em que o meio mais rápido de comunicação são as mensagens levadas a cavalo. Onde a livros são bens raros, que demoram anos para serem finalizados por escribas e monges copistas. O próprio alfabetismo é apenas para os privilegiados e a maioria da população é feliz apenas tendo onde viver e o que comer.
Por isso, e por outras razões, ser um aventureiro não é para qualquer um. Esta é uma profissão rara, que exige coragem, desapego, força de vontade, até mesmo um pouco de loucura. Afinal, quem em sã consciência deixaria sua família, amigos e lar para andar por um mundo povoado por bestas, demônios e coisas ainda piores. Dessa forma, não há nada mais natural do que as pessoas ditas "comuns" terem uma série de perspectivas diferentes dos bravos aventureiros.
Aventureiros como Criminosos: Para essas pessoas, aventureiros são criminosos. Eles quebram regras da sociedade, agem sem ter autoridade para fazer o que fazem. Ele adentram lugares que são proibidos, lugares amaldiçoados, trazendo coisas terríveis para todos que estão perto. Esse pode ser o comportamento típico de vilarejos conservadores, supersticiosos ou dominados por uma autoridade que não quer ver mudanças na região.
Aventureiros como Vagabundos: Essa é a típica reação de povos ditos mais "civilizados" e pacatos, como os hobbits do Condado, na Terra-Média (o que nada impede de uma comunidade de homens de uma vila agrícola, tradicional, ter o mesmo tipo de pensamento). Para essas pessoas, os aventureiros nada mais são do que irresponsáveis vagabundos, que deixaram suas reais obrigações, para com a família, a comunidade e para com seus empregadores para sair em busca de sonhos irreais, lendas absurdas e morte certa. Elas não costumam confiar neles, e dificilmente estarão dispostas a ajudá-los, as vezes até se recusando a recebê-los, já que isso pode ferir sua reputação como um cidadão responsável. Apenas em casos extremos, em que suas próprias vidas estejam em risco darão o braço a torcer e pedirão ajuda ou ajudarão aventureiros.
Aventureiros como um Mal Necessário: Para essas pessoas, os aventureiros ainda não são dignos de tanto respeito assim, mas elas reconhecem sua necessidade. Algo como "é um trabalho ruim, mas eles tem que fazê-lo". Elas fazem o possível para não ter contato ou não se envolverem com eles, considerando-os cidadãos de segunda classe, arruaceiros e não confiáveis, mas caso tenham algum serviço sujo e pesado para ser feito, rapidamente acham uma utilidade para eles. Um bom exemplo de personagens deste tipo são aristocratas, líderes políticos, chefes de guildas e outras pessoas de poder que veem os aventureiros como ferramentas para seus fins.
Aventureiros como Pessoas Comuns: Talvez o mais raro pensamento sobre aventureiros seja considerá-los, simplesmente, pessoas comuns, iguais a todas as outras. Essa provavelmente é uma visão tida por outros aventureiros, mercadores que viajam constantemente por terras perigosas e membros de comunidades mais rústicas, selvagens e nômades. Para eles, a vida de aventuras nada mais é do que uma parte normal da vida.
Aventureiros como Heróis: Para essas pessoas, os aventureiros são aqueles capazes de realizar as mudanças necessárias pela melhorar a vida de todos. São geralmente indivíduos que vivem em condições ruins, oprimidos ou em condições perigosas que dependem da ajuda de outras pessoas para escapar da situação onde se encontram. Elas veem os aventureiros como aqueles que podem ajudá-las e farão o possível para ajudar eles também. Geralmente são mais ingênuas, acreditando que a salvação de suas vidas se encontram com um simples grupo de mercenários que aceitam suas economias para os libertar de um tirano opressor.
Enfim, as visões que os NPCs de um mundo podem ter dos aventureiros é muito variada. Podendo mudar de acordo com o local, a cultura e a circunstância onde se encontram. Isso vai afetar a interação dos personagens com aqueles a seu redor, como eles conseguem o que querem e como são tratados ou recebidos. É claro que há outras formas de reação e mistura entre elas. Em nenhum lugar todas as pessoas agiram da mesma forma, mas é legal pensar maneira diferentes com que os protagonistas de nossos jogam possam ser recebidos depois que voltarem das ruínas que acabaram de explorar.
Ótimas ideias Diogo! Afinal jogos de Fantasia Medieval não são revistas de Super Heróis
ResponderExcluirMuito bom post!!!
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