segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Crônicas da Terceira Era - A Pedra de Fogo - Parte III


A construção que encontraram na escuridão da floresta era de uma beleza incomparável, com grandes arcos e janelas, típico de artes élficas. Havia uma grande escada em espiral que dava voltas ao redor do enorme tronco onde a casa se fixava. Chegando no topo eles finalmente puderam avistar todo o esplendor das casas dos elfos construidas ao redor de seis árvores. Uma das edificações ficava ao centro, de tamanho e eleboração superior às demais. A lua, que sobre os ramos das árvores, muitos metros abaixo, não conseguia brilhar, lá em cima os banhava com uma luz prateada. A imagem que viam os envolvia de um sentimento de paz e tranquilidade, ao mesmo tempo que instigava uma sensação de solidão e melancolia.

O grupo, então, começou a explorar o local onde provavelmente passariam a noite. Aerandir, relembrando antigas canções que as ruínas o fizeram recordar, começou a cantar para as estrelas acima. Mas para sua surpresa ouviu uma voz, bem baixa, que vinha da grande construção central. Olhando atentamente naquela direção, ele viu um vulto azulado como de uma pequena chama, que logo desapareceu, assim que parou de cantar. O elfo, então, foi em direção da voz que ouvira, sem pensar muito e tomar os cuidados devidos quando se entra em ruínas tão antigas quanto aquelas. Ao andar apressadamente sobre as passarelas que se extendiam de uma árvore a outra, ele não percebeu que algumas estavam tão velhas e danificadas que cederam no momento em que passava sobre elas, caindo para sua morte sobre as raízes das grandes árvores. Isso se não fosse pelos rápidos reflexos que os elfos possuem, o que o fez segurar na passarela a frente, evitando uma queda dolorosa. Após o susto, todos passaram a andar com mais atenção e cautela, até mesmo os hobbits, famosos por sua imprudência e curiosidade.

Enquanto Aerandir continuava a explorar a árvore central, Drarin e Klandrin examinavam melhor a construção que encontraram primeiro. Esta, aparentemente era utilizada para fins militares. Assim que entraram por uma porta em arco com inscrições élficas ao redor, viram um aposento em desordem com várias estantes e hastes onde ficavam lanças, espadas e arcos, todos destruidos ou não mais presentes. Pelo chão havia restos de móveis e paliçadas, sinais de batalha e marcas de sangue muito antigas, algo ruim e sombrio aconteceu ali há muito tempo atrás. Entre os destroços os anões avistaram uma escada, em mal estado, que levava ao andar superior. Drarin, procurando por sinais de passagem recente foi o primeiro a subir, foi quando ouviu o grito de socorro de Aerandir vindo da construção central.

O elfo adentrara a construção em busca do vulto que vira mementos atrás. A arquitetura desta parte era mais elaborada e runas gravadas contavam a história deste povoado de elfos. O lugar era chamado de Faeldarin, e seus líderes eram Denith e Miriel, dois elfos da floresta de linhagem nobre. No aposento principal, que parecia ser usado para ocasiões sociais, Aerandir encontrou vestígios de móveis e utensílios domésticos danificados. Ao que parecia, o local também teria sido palco de conflitos, mas ao contrário do aposento onde os anões estavam, ali acontecera uma batalha recente, sangue ainda podia ser visto em alguns lugares e os restos de uma criatura não identificada jazia debaixo de uma mesa quebrada. Além disso, ele viu uma escada que dava acesso ao piso superior, onde o vulto tinha sido avistado. O elfo não exitou em subi-la, porém, para sua surpresa, depois de uns lances de escada se viu preso a algo quase invisível, pegajoso, e quanto mais tentava se soltar mais preso ficava. Aerandir só entendeu o que estava ocorrendo quando viu saindo de trás das sombras do segundo andar uma criatura, do tamanho de um pônei, com oito patas e vários olhos vermelhos da cor de sangue. Uma aranha gigante da Floresta de Mirkwood se aproximava avidamente do aventureiro, pronta para envolver-lhe em sua teia e devorá-lo. Aerandir logo alertou seus companheiros, "Aranha gigante! Aranha gigante!".
Em um instante, Drarin e Klandrin que estavam explorando a construção sacaram seus machados e correram em direção aos gritos. Robin que estava do lado de fora, na passagem para a árvore central, puxou seu arco e preparou uma flecha ao entrar na antiga sala de reuniões. Enquanto corriam para o socorro de seus amigos, os anões viram que acima deles cerca de seis grandes aracnídeos se dirigiam para a parte central. Aerandir tentava se soltar quando a aranha que o atacava quase o perfurou com seu ferrão envenenado. Por sorte ele conseguiu livrar-se e ferir a aranha que o atacava com sua espada, descendo uns degraus para ficar próximo dos outros. Drarin e Klandrin, ao entrarem na sala, foram atacados cada um por uma aranha que entrou pelas grandes janelas. Elas eram rápidas e quase conseguiram envolver os anões em suas teias, mas seus machados afiados foram suficientes para se soltarem e, ao mesmo tempo, abater as duas aranhas sem grandes complicações. O pequeno Robin já não teve tanto sorte. Apesar de ter acertado a aranha que atacava Aerandir, derrubando-a da escada, uma outra vinda de uma passagem no tento pulou sobre ele e o envolveu completamente em suas teias, pronta para enfiar ferrão no hobbit. O elfo, agora livre desceu as escadas para ajudar seus companheiros mas foi abordado por outro aracnídeo que chegou pela janela ao sul da sala. Os anões que tinham abatido seus adversários foram então ajudar quem podiam. As duas aranhas que sobraram form derrotadas com a combinação dos esforços de Aerandir, Robin e Drarin, porém Kladrin foi pego de surpresa por uma aranha e foi envenenado, ficando paralisado e quase caindo no chão.

Assim que a batalha terminou os aventureiros pararam para retomar seu fôlego e então viram que um de seus companheiros estava sofrendo com o veneno. Aerandir, relembrando-se das palavras de um sábio elfo, procurou em suas bolsas a erva capaz de aliviar os efeitos do veneno, e eles tava com sorte. Em pouco tempo Klandrin conseguia andar novamente, mancando, mas ainda assim, era melhor do que continuar paralisado como estava. Era noite, estavam feridos e cansados, eles precisavam arranjar um lugar para descansar e recuperar as forças. O segundo andar da primeira árvore parecia um lugar seguro, o acesso era resguardado por um alçapão que podia ser fechado com um grande fecho de madeira reforçada. Aparentemente, aquele espaço era usado como ponto de observação e torre de guarda, como indicava os buracos para flechas e a grande vista que tinham dali. Não tinham como procurar um lugar mais resguardado, então ali ficaram, revezando uma guarda para que não fossem surpreendidos.

A noite passou sem mais problemas, apesar da sensação de que estavam sendo observados e de que a escuridão ficava cada vez mais pesada. Por sorte, a manhã veio rápido, e a visão daquela paisagem e arquitetura nobre élfica, sendo banhada pelos raios do sol nascente, refletindo cada brilho, encheu o coração dos heróis de uma renovada esperança. A companhia continuaria sua viagem sabendo que ainda havia luz e beleza naquela floresta sombria e cinzenta. Klandrin recuperou-se bem do veneno das aranhas e, antes de partir, pela manhã, o grupo resolveu explorar o resto do local. Aerandir junto com Drarin começaram pelas casas a oeste, enquanto Klandrin, Robin e Grimble foram para as construções ao norte. O elfo e o anão acharam mais destroços e sinais de batalha, e além disso, sinal da passagem dos anões por lá. Restos de comida, e um pedaço de uma túnica típica das Montanhas Azuis foi encontrada ao lado de uma aranha gigante morta. A busca dele rendeu outros frutos também. Na grande árvore central eles encontraram diversos livros e mapas antigos, escritos na língua do elfos da floresta, a maioria contando a história daquele povo através dos tempo, mas alguns se tratavam dos diários de Denith, o lorde local. Sua amada Miriel durante os primeiros conflitos com a sombra que se apoderou de Mirkwood quase dois mil anos antes teve que partir em uma busca, enquanto ele permaneceria para comandar as forças de batalha. Infelizmente ela nunca voltou e Denith nunca deixou de esperar por ela. Nas outras construções foram encontrados também um colar com o símbolo da Casa de Faeldarin, e na torre de observação norte, uma espada partida encravada no torso de uma aranha gigante cinco vezes o tamanho das outras, era a Lâmina de Fearel, uma espada finamente feita por antigos artesões elfos.

Mas, talvez, com mais sorte foram Grimble, Robin e Klandrin, logo na primeira construção ao norte encontraram os restos de uma cozinha e, o melhor de tudo, uma dispensa. A magia dos elfos era surpreendente e, apesar de a muito tempo abandonados, ainda se encontravam em bom estado pães élficos, frutas secas, vinho, e outros pequenos alimentos. Como a maior parte da comida que levavam se estragou quando eles caíram no Anduin, esse era um grande achado. Os hobbits trataram de arrumar uma mesa e preparar um desjejum para todos antes de partirem. Todos comeram bem, e recuperaram suas forças. Sabiam que estavam ainda no início de sua busca. Precisariam ser fortes e determinados, pois a floresta tentaria fazer com que desistissem.

O grupo achou melhor deixar a maior parte dos livros e mapas guardadas aonde passaram a noite, no andar de cima da primeira torre de observação. Levariam com si apenas a Lâmina de Faerel e o Colar da Casa de Faeldarin. Seguiram viagem pelo antigo caminho dos elfos e, depois de quatro noites na floresta de Mirkwood, a companhia encontrou alguns sinais da passagem dos anões portadores da Pedra de Fogo, runas do idioma dos anões marcavam a passagem dos anões por ali, aparentemente deviam estar perdidos.

A noite, a trilha que antes, mais próximas da borda da floresta, era um caminho claro, e largo o suficiente para três pessoas andarem lado a lado e que permitia certa luminosidade adentrar a mata, se tornou estreita e escura, com diversos trechos quase retomados pelas raízes das árvores. A escuridão, cada vez mais, pesando em seus ombros e corações. Aerandir, porém, percebeu que estavam sendo seguidos há um bom tempo, seu olhar penetrando a penumbra que os envolvia. Eram elfos, vestindo armaduras de couro e capas escuras. Os viajantes decidiram não abordar seus perseguidores, relutantes em começar um conflito. Mais tarde, ao encontrarem um abrigo para passar a noite, enquanto os companheiros descansavam, Aerandir decidiu se esconder enquanto vigiava o acampamento que fizeram em uma clareira escondida entre grandes árvores.
Não demorou muito para os elfos que os seguiam aparacessem. Eles cercaram o acampamento, cinco deles com arcos esticados a mão se aproximando cautelosamente do grupo, e um sexto, com uma lança nas costas e com uma armadura que sugeria um posto de chefia com mão levantada sinalizando para seus companheiros. Aerandir não exitou e ordenou que parassem, gritando no idioma dos elfos. O lider, apesar do eco que a voz do elfo criou, encontrou os olhos do patrulheiro entre a vegetação. Ele o reconheceu, e disse que se estivesse sendo feito como prisioneiro por aqueles ladrões que agora ele estava livre. O grupo acordou com os dois discutindo em élfico, e quando Klandrin tentou falar com os "visitantes", o Elfo o chamou de ladrão e invasor de suas terras. Aparentemente, as ruínas élficas nas quais passaram a primeira noite na floresta era sagrada para esses elfos, e os itens que trouxeram de lá, considerados deles de direito. Peruguntados sobre os anões que passaram por lá antes, eles disseram que logo a companhia descobriria seu destino. A intenção dos Eflos era a de levar o grupo como prisioneiros para serem punidos. Robin que desaparecera de seu leito, sai de seu esconderijo e tenta convencê-los de que as intenções do grupo são boas, mas Farendil, o elfo que comandava o grupo não tem tanta certeza. E agora, o que será que vai acontecer com o grupo? E qual terá sido o destino do grupo que carregava a Pedra de Fogo?

Essa história está sendo criada em uma mesa de The One Ring - Adventures over the Edge of the Wild. Cada sessão corresponde a uma parte da história, que se cria e modifica conforme todos os envolvidos decidem o que seus personagens fazem e como eles reagem.

Para ler a segunda parte dessa história, clique aqui.

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