segunda-feira, 19 de março de 2012

Criando Campanhas de Forma Colaborativa

Um tempo atrás eu li o Dungeon Master Guide II da quarta edição de D&D (viram? Eu gosto de Old School e  não odeio a quarta edição) e reparei numa coisa. Eu sempre criava minhas campanhas pensando no que eu queria para o jogo. O grande inimigo era sempre aquele que eu queria, os locais das aventuras aqueles que eu imaginava serem mais legais, as criaturas que eles enfrentariam eram aquelas eu eu imagina serem apropriadas e por aí vai. Fazendo isso eu posso ter criado aventuras muito boas, mas se eu tivesse levado em consideração o que meus jogadores queriam talvez pudesse ter criado aventuras ainda melhores, que eles se interessassem ainda mais.

O livro faz uma sugestão para que os mestres façam uma espécia de pesquisa com seus jogadores para saber que tipo de campanha eles querem jogar. Coisas como tipos de criaturas que eles gostariam de enfrentar, lugares e ambientes onde eles gostariam de se aventurar, se eles gostam de aventuras com mais ação, mais investigação, mais exploração, mais "roleplay" e coisas do tipo.

Todos essas perguntas, e outras, vão ajudar você a planejar uma campanha que seus jogadores vão querer jogar. Eles irão querer derrotar o vilão que sempre quiseram enfrentar, vão querer explorar os locais que sempre instigaram a imaginação deles e, no final, pode ser que você acabe criando algo que nunca conseguiria ter criado sozinho. Não é a toa que dizer que duas cabeças pensam melhor do que uma.

Outra coisa que pode ajudar na hora de planejar uma mesa são algumas informações sobre os personagens dos jogadores. Assim, perguntas como qual é o objetivo do personagem, o que ele deseja, como eu aprender a fazer o que faz, quem lhe ensinou, se ele tem família ou não, podem ajudar  a criar histórias centradas neles. Afinal, eles são os protagonistas da campanha e a história deles deve ter influência e pessoal que eles conheceram podem, e devem, reaparecer enquanto eles exploram o mundo. Você pode fazer com que um velho inimigo apareça de novo pedindo ajuda para derrotar um mal ainda maio. Amigos ou familiares podem desaparecer e a ajuda dos aventureiros pode ser requisitada para resolver o mistério.

Resumindo, saber o que os jogadores e os personagens querem da campanha vai ajudar você a criar melhores aventuras. É possível aprender muito com eles e juntos vocês podem fazer coisas que não conseguiriam sozinhos.

No link abaixo eu estou colocando um hand-out que fiz para meus jogadores com perguntas que usei para criar minha campanha de D&D 4e, mas acho que ela pode ser útil em qualquer RPG de fantasia e, com algumas adaptações, para qualquer outro RPG. Eu tentei apenas fazer perguntas que considerava importante, esperando reduzir o tempo que eles gastariam respondendo a elas.


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4 comentários:

  1. ótimas dicas, acredito que campanhas bem sucedidas são aquelas que tem como centro os PJS

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    1. Sem dúvida e fazer com que eles participem da criação delas só vai ajudar a mantê-los mais interessado e a história mais divertida para todos, sem contar que alivia um pouco o nosso trabalho.

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  2. Já leu Busca Final, da Secular Games (o pdf é gratuito no site)? Traz uma ideia bem interessante de campanha colaborativa, com os jogadores adicionando conteúdo à medida que jogam (votado por todos do grupo para saberem se faz sentido/é divertido para todos).

    O próprio conceito de Busca Final não é relacionado apenas à aventura, mas à busca pessoal de cada personagem. Vale a leitura =)

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    1. Poxa, eu até já baixei o pdf gratuito, mas ainda não li. Acabei começando a ler vários retro-clones seguidos. Mas agora que você falou vou colocar o Busca Final da lista. :)

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