sexta-feira, 2 de março de 2012

Crônicas da Terceira Era - Anoitecer - Parte I


Alguns dias se passaram até que Radagast pôde receber a companhia. Elmara, Klandrin, Drarin, Robin e Aerandir foram até a cabana de madeira onde o mago residia para conversar sobre tudo o que estava ocorrendo.

Era uma construção simples, toda de madeira, com desenhos de animais esculpidos nos troncos que sustentavam a estrutura. Diversos pássaros descansavam no local, sobre o telhado e em árvores próxima. O mago estava sentado em uma velha cadeira de carvalho, fumando um longo cachimbo. Quando os aventureiros se aproximaram o sábio disse: "É bom sentarem-se, temos muito o que conversar. As sombras se alongam."

O que se seguiu foram horas e mais horas de discussão sobre o que ocorria pelas Terras Ermas e sobre os sinais da escuridão que se aproximava. Os sinais que a dúnedan mostrara para o mago realmente eram de feiticeiros negros e ao que parecia, um deles, estava agindo naquela região. Ele estaria buscando quatro artefatos antigos do reino de Angmar que foram espalhados pelo norte por servos do Rei Bruxo. Aparentemente, um deles estava na fenda que encontraram quando iam para o vale secreto dos lobos mas, infelizmente, esse já teria sido recuperado pelos servos de tal feiticeiro negro. Radagast diz, então, que pelo que conseguiram descobrir por meio de registros antigos e informações dos animais da floresta, um outro artefato pode estar no subterrâneo da fortaleza da Casa de Faerel, dos elfos de Mirkwood. Quanto aos outros dois, o velho sábio disse que procuraria por eles enquanto os heróis buscavam por mais informações e recuperavam aquele no norte da floresta.

A companhia decidiu se dividir temporariamente. Elmara e Robin iriam para o oeste, depois das Montanhas das Névoas, para Rivendell encontrar o lorde Elrond. Pretendiam usar a sabedoria daquele antigo elfo para ajudar-lhes no que quer que fossem enfrentar. Já Klandrin, Drarin e Aerandir iriam para o norte de Mirkwood, para a Casa de Faerel, ver o que acontecia por lá. Depois iriam para os Salões do Rei Elfo para deixar o lobo sobre os cuidados do povo da floresta.

Era um dia bonito quando o grupo partiu de Rhosgobel. Pássaros de diversas cores e tamanhos voavam por um céu azul cerúleo. Uma brisa fresca soprava do sul, o que deixava o a viagem agradável. O grupo seguiu junto por cerca de dez dias, mas chegando próximo a velha estrada da floresta eles se dividiram. A dúnedan e o hobbit foram para leste em direção à Passagem Alta e os anões e o elfo foram para o norte, em direção ao caminho dos elfos.

A viagem de Elmara e Robin era mais demorada e difícil. Iriam passar pelas Montanhas das Névoas, por seus vales e precipícios. Isso sem contar que as montanhas era conhecidas por terem diversas cavernas ocupadas por orcs. Mas isso não desanimou o ânimo dos dois, que prosseguiram viajem vencendo todos os desafios que encontravam, como terrenos alagados, pedras para escalarem e criaturas selvagens. Quando estavam no topo de uma das montanhas avistaram algo que não parecia ser um bom sinal. No norte, próximo ao Ninho das Águias, sinais de fumaçam indicavam movimentação de orcs, as criaturas das trevas estavam se movimentando. A dúnedan ficou preocupada com o que viu e apartou o passo para Rivendell, lorde Elrond precisava saber daquilo.


O caminho de Drarin, Klandrin e Aerandir foi mais tranquilo, No vigésimo segundo dia de viajem, chegaram ao forte da Casa de Faerel. Pelo que viram uma pequena batalha aconteceu ali há alguns dias. Os elfos preparavam rituais para os mortos e queimavam carcaças de aranhas gigantes em grande fogueiras. O lorde Faeranil os recebeu alegremente, lembrando-se da ajuda que eles lhe deram a primeira vez que a fortaleza esteve sobre ataque. Agora, eles contavam com a ajuda de dezenas de soldados elfos cedidos por outras casas nobres do Reino da Floresta. No entanto, um dos lordes presentes pareceu não gostar da presença dos heróis ali. O lorde Sindorfin, que já tinha entrado em conflito com Aerandir quando esse convenceu o o rei Thranduil a enviar tropas para ajudar a Casa de Faerel, estava lá com sua tropa e, assim que viu o aventureiro, se retirou.

Drarin e Aerandir pediram para falar com Faeranil em particular, em um local onde ninguém os pudesse ouvir. O lorde, não muito acostumado com aquilo, achou estranho mas aceitou o pedido e os levou para a masmorra subterrânea, onde, anteriormente, tinha aprisionado a companhia anteriormente. Certificando-se que ninguém os escutava, o grupo contou para o elfo tudo que sabiam e sobre a possibilidade de ter um artefato negro escondido em algum lugar na fortaleza. O lorde ficou preocupado, mas disse que faria de tudo para ajudá-los no que quer que precisassem. O forte estava enfrentando alguns ataques recentemente, mas graças aos reforços recebidos os inimigos não têm conseguido sucesso. Aerandir, depois, mencionou a possibilidade de terem um traidor entre os elfos, mas Faeranil não conseguia acreditar naquilo, o povo da floresta era inimigo antigo das forças do Inimigo.

Após conversarem, os heróis pediram para que o lorde os deixassem investigar o local em busca de sinais do artefato ou de seu esconderijo, algo que foi prontamente aceito por ele. A busca demorou alguns dias, já que o grupo não queria deixar claro para todas as pessoas o que estavam fazendo. Mas, um dia, ao examinarem pela segundo vez uma das celas nas masmorras, eles perceberam que algumas pedras da parede sul estavam soltas. Retiraram uma a uma as pedras para então verem o que parecia ser uma porta de pedra, em arco, com uma escrita em runas estranhas. Era alguma língua usada pelos feiticeiros negros de Angmar e nenhum deles conseguia descobrir o que estava escrito ali.

A primeira coisa que fizeram, após descobrirem a passagem, foi avisar ao lorde Faeranil do achado. Pediram para que ele os ajudasse a esconder a passagem enquanto não descobrissem como abri-la. Entretanto, enquanto falavam com o líder da Casa de Faerel, perceberam que estavam sendo observados por alguém. Sindorfin estava a poucos metros do grupo, atrás de um pilar. Aerandir e Klandrin foram em sua direção, questionando o que ele fazia ali. O elfo respondeu de forma ríspida que não interessava, e que tinha informações importantes para o lorde Faeranil. Os aventureiros não gostaram daquela intromissão e ficaram ainda mais desconfiados do lorde élfico. Drarin convenceu o líder da Casa de Faerel de que o comportamento de Sindorfin era suspeito e, apesar de relutanto, o ele concordou, dizendo que cuidaria para que aquele lorde não se aproximasse do local da passagem.

Os três, então, decidiram que alguém deveria ir até o Rei Thranduil, levando os dois lobos que carregavam, para pedir ajuda ou conselho. Aerandir foi o escolhido para essa missão, e recebeu um dos cavalos mais velozes que a Casa de Faerel possuía. Drarin e Klandrin ficaram lá para ter certeza de que ninguém iria se aproximar do portal que encontraram.


Enquanto isso, Elmara e Robin chegavam ao vale de Rivendell. A vista da cidade élfica era encantadora e fez renovas as esperanças no coração dos dois. Ao adentrarem aquele local, puderam ouvir uma música suave e apaziguadora ecoando pelas colinas, vozes de elfos se misturavam com o som de harpas e flautas. Era um das músicas mais belas que o hobbit já escutara.

A dúnedan foi recebida por um elfo de cabelos dourados que a cumprimentou como um velho amigo. Ela logo perguntou se podia ver o lorde Elrond e o elfo lhe disse que o avisaria da presença dela. Cerca de uma hora depois, o mesmo voltou avisando que o lorde local estava pronto para recebê-los.

Elrond parecia já saber de muitas coisas que aconteciam pelas Terras Ermas e, mesmo com tantas notícias sobre a movimentação das forças da Escuridão, ele se manteve calmo e contemplativo. Avisado sobre a movimentação dos orcs nas montanhas próximas Elrond disse que faria o possível para ajudar as águias e os Beornings da região enviando um grande grupo de guerreiros para as montanhas e alguns batedores para visar as águias. Sobre os artefatos dos feiticeiros negros Elrond não tinha muitos conselhos, apenas disse que aquele seria um grande teste ao coração e o heroísmo deles e que a batalha por eles estava apenas começando. Um tempo de escuridão se aproximava, mas a chance para o renascer da luzes não estava perdida.

A conversa terminou sem muitas resposta para Elmara, mas o tempo era precioso para ela e Robin. Precisavam partir rápido. O hobbit queria voltar ao condado, e algo no coração da dúnedan a dizia que o amigo não retornaria com ela para as Terras Ermas.

Essa história está sendo criada em uma mesa de The One Ring - Adventures over the Edge of the Wild. Cada sessão corresponde a uma parte da história, que se cria e modifica conforme todos os envolvidos decidem o que seus personagens fazem e como eles reagem.

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