quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Crônicas da Terceira Era - Herumor - Parte III


Com a informação limitada que obtiveram nos antigos registros dos elfos de Mirkwood, a companhia optou por ir até à Montanha Solitária e tentar ter acesso aos arquivos do povo de Durin. Sem dúvida os anões teriam registros de suas fortalezas nas Montanhas Cinzentas. Por isso, depois da chegada de Elmara, os aventureiros passaram poucos dias nas terras de Thranduil e partiram para leste, rumo ao reino dos anões.

A viajem até lá durou apenas quatro dias, passando pelo nordeste da floresta. Essa região, que outrora fora conhecida como a Desolação de Smaug, estava completamente recuperada. Terras cinzas, sem árvores e com cheiro de cinzas agora eram belo campos verdes, com flores e animais silvestres. Mas ao invés de pensarem o quanto os Povos Livres do Norte tinham conquistado nesses quase dez anos após a morte do Dragão, os heróis só conseguiam enxergar o que estava em risco de ser perdido, caso falhassem em sua missão de destruir os artefatos de Angmar.

Ao chegarem no vale de Dale, o grupo se separou. Elmara desejava conversar com o Rei Bard sobre o que estava acontecendo e avisá-lo para se preparar para um possível confronto com forças do Inimigo. Ela se dirigiu para o palácio do rei, onde fora erguida uma grande estátua de bronze de Bard e o Dragão, e não demorou muito para que ele a recebesse. Bard sempre fora um homem atento para maus presságios e, por isso, prestou bastante atenção aos avisos da dúnedan. O reino de Dale iria se preparar para uma possível batalha com inimigos, caso fosse necessário. Na verdade, Bard já desconfiava que esses anos de paz não iriam durar muito tempo.

Enquanto isso, Klandrin, Balared e Mikayla seguiram a estrada que contornava o Rio Corrente até os portões de Erebor. A Pedra de Fogo, que Klandrin, junto com seus antigos companheiros, trouxeram para a Montanha Solitária brilhava fortemente. O barulho de metal batendo sobre metal ecoava do interior do reino dos anões. Klandrin foi recebido como um filho que retornava a casa depois de muito tempo. Balin, que já ajudara a companhia diversas vezes o cumprimentou com um forte abraço. No entanto, olhares não muito contentes eram lançados em direção a Mikayla, já que a relação entre o povo de Durin e os elfos de Mirkwood não estava em harmonia.

Rei Dáin Iroonfoot
Klandrin logo pediu para falar com o rei Dáin, mas deixou claro que queria levar Mikayla para a presença do Rei Sobre a Montanha também, sugestão essa que Balin fez questão de dizer não achar razoável. Mas isso não impediu que ele e a elfa entrassem nos aposentos de rei. A conversa com Dáin foi rápida. Os heróis contaram que Thranduil admitira a culpa da Casa Sindorfin pela traição e a morte de Drarin. Mas o Rei Sobre a Montanha não ficou satisfeito. Ele queria receber uma visita do próprio Rei Thranduil para se desculpar. A notícia apenas servira para deixá-lo ainda mais irritado e certo de que os elfos os traíram. Por fim, Klandrin pediu para ter acesso aos registros antigos, no Salão de Mazarbul, e com ajuda de Mikayla, já que ela era uma estudiosa do povo da floresta, localizar a fortaleza onde possivelmente encontrariam o quarto artefato. O rei, orgulhoso, disse que jamais permitiria a entrada de uma elfa nos arquivos dos anões das montanhas, mas que se ele, Klandrin, quisesse procurar sozinho ela tinha a permissão do Rei Sobre a Montanha.

Assim, pouco tempo depois, a anão se dirigiu para o Salão de Mazarbul, a fim de falar com o sábio Murin, o ancião que cuidava dos antigos registros. Quando perguntado sobre algum registro da localização do forte no Pico Demunkir, o velho sábio ficou espantado, paralisado por alguns segundos, até que correu para pegar um velho livro grosso, com uma capa de couro escura, reforçada com metal. Ele disse, que há algumas semanas, um mercador de Esgaroth chegara a Erebor com uma antiga relíquia do povo de Durin, um escudo que pertencera a Thrór, pai de Thráim, pai de Thorin. Dáin ofereceu ao mercador uma grande quantia de ouro e jóias em troca daquela peça, que era de extrema importância para a memória do povo de Erebor. O mercador, entretanto, fez um pedido um tanto incomum: ele queria acesso aos registros antigos, daquele salão. Disse ele que era um mercador de relíquias antigas e que precisava localizar uma antiga ruína e que nossos registros podiam ajudar. Mas Dáin não deixou, como não costuma deixar ninguém que não um filho de Durin ter acesso a esse conhecimento. Acontece que, na noite em que o mercador deixou Erebor, Murin pensou ter ouvido barulhos vindo do Salão de Mazarbul, mas quando chegou lá, já não havia ninguém, apenas aquele livro, fora do lugar. Murin demorou diz para saber o que acontecera, mas então descobriu que uma página havia sido arrancada do tomo, um mapa com a localização da fortaleza. O sábio, porém, disse que era possível que encontrassem outras informações que pudessem ajudar a precisar o local, mas que precisaria de um tempo para pesquisar.

Foi então que Klandrin contou sua história, e o encontro com Mikayla, para tentar convencer Murin a deixá-la ajudar. Contou que fora justamente ela que matara o elfo traidor que matou seu amigo Drarin. Como ela, junto com seus companheiros, está lutando para evitar que uma nova escuridão paire sobre as Terras Ermas. E como, talvez apenas com a ajuda dela, eles estão atrás de um artefato antigo e maléfico para destruí-lo. Aquilo foi o suficiente para convencer o ancião, que deixou que chamasse a elfa para lá, mas apenas a noite, quando os corredores de Erebor ficavam mais vazios. Ninguém poderia ficar sabendo daquilo.

A noite, então, Klandrin e Mikayla foram até os registros para ajudar Murin a encontrar alguma informação sobre o local. O velho anão havia encontrado um outro tomo, com informações de velhas estradas na região das Montanhas Cinzentas que, talvez, pudesse dizer onde ficava o Pico de Demunkir. Horas e mais horas se passaram, até que Mikayla encontrou um registro com um pequeno mapa mostrando uma estrada que, ao que tudo indicava, levava até a fortaleza no pico que procuravam. Além disso, souberam, também, que essa fortaleza possuía um mecanismo de alerta, no seu último andar, composto de oito túneis com portas que podem ser abertas e fechadas independentemente. Esses túneis, quando tiverem suas portas abertas ou fechadas em configurações específicas, de acordo com o vento, é capaz de emitir um grande barulho, semelhante ao de um apito gigante. No entanto, uma configuração específica, quando apenas os túneis sul, norte e nordeste, estiverem abertos, o som produzido pode causar um desmoronamento gigantesco. Além disso, como as Montanhas Cinzentas abrigavam Dragões, nenhum fogo deveria ser aceso, e nenhum ouro carregado, pois essas criaturas poderiam farejá-lo.

Talvez fosse possível obter mais informações dos registros, mas o dia estava chegando e a companhia tinha pressa para partir, já que, possivelmente, seus inimigos partiram há algumas semanas na frente. Klandrin, Balared e Mikayla recolheram suas coisas e foram encontrar Elmara, que chegara a Erebor no início da tarde. Tinham um longo caminho pela frente, um caminho longo e perigoso até as Montanhas Cinzentas. Ao contrário do que acontecera com a região ao sul de Erebor, o norte nunca se recuperou e continuava uma região árida, gelada e acidentada, conhecida por abrigar perigos pouco conhecidos.

Eles partiram logo que puderam e viram que em poucas horas já estavam no meio de um grande deserto de pedras, poeira e cinzar. Pedras de tamanhos variados e formatos estranhos estavam para todos os lados. Uma vento gelado que carregava uma areia cinza e mal cheirosa impedia que eles vissem muita coisa a frente deles. A cada dia que seguiam para o norte parecia que meses se passavam e que o inverno ia chegando. No terceiro dia, quando acharam uma velha estrada que poderiam seguir até quase chegarem nas montanhas, mas alguém os esperava nela. Depois de alguma horas, depois de contornarem uma grande colina que tinha um formato que lembrava um grande crânio, viram um homem velho, vestindo trapos e peles de animais, com uma grande barba cinza, corcunda, com unhas enormes e um sorriso amarelado. Era o velho espírito da floresta que salvara Klandrin há alguns anos atrás.

O velho logo se levantou e se dirigiu a Klandrin, como se encontrasse um velho amigo. Disse que era hora do anão lhe devolver o favor que fizera anos atrás. Ele precisava de algo que o grupo possuía, a Pedra Estrela, que Elmara carregava. Mas nenhum dos aventureiros concordou em entregá-la ao velho, que insistiu, dizendo que ela era muito importante para ele, para a floresta. No entanto, o grupo não cedeu, e mandou o espírito ir embora. Não demorou muito para perceberem que ela não ficou satisfeito com aquilo. Uma chuva torrencial e com granizo começou a cair, fazendo com que eles ficasse com muito frio. Eles procuraram abrigo, mas não encontrava, parecia que todos os locais que procuravam ou que parecia ver a distância era apenas ilusões. Foram dias exaustivos, seguindo a velha estrada para o norte.


Até que chegaram ao ponto em que deveriam deixá-la e seguir para o norte. Mas por alguma razão, não conseguiam, era como se algo os chamasse, os compelisse a seguir o caminho, uma magia antiga e sinistra. Foi preciso muita concentração e força de vontade para que os aventureiros conseguissem deixar a estrada. Eles não sabiam o que acontecera, ou quem era responsável por aquilo, mas não tinham tempo para averiguar, eles tinham que continuar em direção à fortaleza. Em um dia chegariam nas Montanhas Cinzentas, que agora viam à distância, como uma enorme barreira escura. O frio cada vez mais forte fazia com que eles se cobrissem com capas e peles. Agora faltava pouco para encontrarem o último artefato.

Essa história está sendo criada em uma mesa de The One Ring - Adventures over the Edge of the Wild. Cada sessão corresponde a uma parte da história, que se cria e modifica conforme todos os envolvidos decidem o que seus personagens fazem e como eles reagem.

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