quarta-feira, 13 de março de 2013

Bruxos & Bárbaros - Cenário - Um pouco de História...

O mundo de campanha do RPG Bruxos & Bárbaros chama-se Anttelius, que em Sartariano quer dizer "Terra Antiga". Sendo os Sartarians uma das mais antigas civilizações humanas conhecidas, imagina-se, então, que este mundo já tenha vivido muitas eras anteriores à atual, e por isso a escolha deste nome.

De fato, este é um mundo muito antigo e com uma história que se perdeu no tempo. Nenhum homem sabe ao certo, os sábios de Sartar sabiam apenas um pouco mais, mas Anttelius já possuiu diversas civilizações anteriores às do homem. Antes desses se levantarem de suas origens primatas, Impérios, Cidades-Estados e colônias de seres deste e de outros mundos existiam espalhadas pelos diversos cantos do mundo.

Era Imemorial - Tempo do Cataclisma

Antes dos homens, Anttelius era o lar de diversos seres, que já brigavam entre si pelo domínio deste mundo. Não há muitos registros sobre o que se passou nessa épocas, mas lendas falam sobre civilizações alienígenas, de seres amorfos, com poderes mentais poderosíssimos que acabaram por experimentar coma  vida e criar outras raças. Uma delas, foram os Homens-Serpentes, adoradores dos Deuses da Trevas, entidades do Abismo Infinito, que se estendia para além das fronteiras mortais do mundo. Esses e outros seres ergueram cidades e fortalezas, criaram objetos e arte, descobriram segredos e mistérios, mas pouco permanece de pé nos dias de hoje. Sinais de sua existência podem ser vistos por aqueles bravos o suficiente para deixaram a relativa segurança dos muros das Cidades-Estados. Eles são ruínas antigas, estátuas estranhas, tomos com caracteres indecifráveis e outras tantas coisas que corajosos, ou loucos, conseguem encontrar.

Influencias desses povos são também percebidas pelos estudiosos em diversos aspectos da vida dos povos de Arthasia, como o uso da feitiçaria, descoberto pela raças dos Antigos, seres estranho com inteligência quase alienígena, muito mais desenvolvida que a dos homens. Esse é um dos motivos dos povos de Arthasia jamais dominarem completamente essa arte estranha. Alguns rituais e crenças religiosas que hoje permanecem tem raízes antigas, provavelmente vindo até essas civilizações extintas. Os Onghkeseanos, e a sua crença em origem extra-planar, se deve muito a um desses povos, que veio das estrelas e se estabeleceu em Anttelius.

O que aconteceu, de fato, para esses povos desaparecem é um mistério que nem mesmo os mais poderosos adivinhadores, sábios estudiosos, e feiticeiros sabem. Há diversas teorias e lendas envolvendo grandes desastres naturais, catástrofes arcanas, pragas alienígenas e outras coisas. No entanto, algo que todos concordam é que os homens já existiam quando da ruína dessas civilizações, embora em um estágio muito primitivo se comparado ao atual. Alguns ainda cogitam que eles foram criados para serem escravos dessas raças antigas e servirem de sacrifícios para Deuses inomináveis desses povos. Fato é que essas civilizações desapareceram, seja por qual motivo, e os homens herdaram Anttelius, ou, ao menos, é o que pensam.

Era dos Homens - O Império de Sartar

Há cerca de dez mil anos, os primeiros selvagens, vindos do norte, se estabeleceram nas ruínas de uma antiga cidade e começaram a formar uma sociedade mais estável, sedentária. Por alguma razão as runas e escrituras estranhas os atraiam e os influenciavam. Logo líderes tribais viraram governadores, para depois se tornarem reis e, então, depois de séculos, Imperadores. Esse povo se tornou os Sartarians, e eles tiveram uma evolução social, material, tecnológica e espiritual muito rápida. Estudiosos, hoje, creditam isso a alguma ajuda externa, talvez extra-planar, mas ninguém sabe ao certo. Assim, não demorou muito para Sartar começar a dominar os outros povos primitivos que se formavam pelo resto de Arthasia.

E assim se formou o Império Sartar, que se expandiu por quase todo o continente, do norte ao sul, apenas algumas partes, no leste longínquo, permaneceram longe de seu domínio. Diversos povos entraram como escravos nas grandes Cidades-Templos de Sartar, dedicadas ao Deus Xzagoth e seus irmãos, alguns mais bem tratados e com condições melhores que outros, mas todos inferiores ao da raça Sartariana. Em seu auge, esse império contou com dez grandes Cidades-Templos, um poderoso acervo de tomos arcanos, e um exército capaz de dominar qualquer povo de Anttelius, mas algo aconteceu.

Da mesma forma que as civilizações anciães, Sartar ruiu. O porque, exatamente, não é possível saber, mas diversos fatores levaram ao desaparecimento desse império. Revoltas de escravos, liderados por crenças pessoas que se desenvolviam, guerra entre os nobres Sartarians em busca de poder individual, a cobrança das dívidas que os poderosos Bruxos tinham com demônios e outras criaturas do Abismo. Seja como for, caos, morte, praga, guerra e outros males abateram o Império quase que de forma conjunta, e em poucas décadas, um império que durou quase cinco mil anos desapareceu, sobrando apenas ruínas e estátuas de seres esquecidos.

Era da Escuridão - O Êxodo do Homem

Por quase mil anos, os seres humanos passaram a sobreviver como podia entre as ruínas das antigas cidades dos Bruxos de Sartar, e os territórios selvagens e perigosos de Arthasia. Os povos escravizados se espalharam pelo mundo, retornando para suas terras acestrais, que com o fim do Império se tornaram mais selvagens, escuras e, agora, habitadas com criaturas estranhas que escaparam de lugares estranhos. Foi necessário séculos para os homens e mulheres desses povos voltarem a se estabelecer como sociedades.

Durante esse tempo os humanos perceberam que o mundo ao seu redor tinha mudado muito, que a feitiçaria de Sartar tinha alterado as leis da natureza e criado diversas atrocidades antes desconhecidas, e deixado suas marcas por Anttelius. Muitos povos desenvolveram uma aversão a essa arte antiga, mas outra a abraçaram. Alguns, inclusive, tentaram se restabelecer nas antigas cidades do Império.

Os Eleanos, descendentes dos Yuzus do sul, foram os primeiros a retomar as cidades e estabelecer uma sociedade estável novamente. Hoje, eles são uma das mais avançadas populações culturalmente, herdando muito dos conhecimentos de Sartar e possuindo a maior biblioteca de Arthasia.

Era do Renascimento - A Volta do Homem

E assim começa a era da volta do homem à luz. Cidades ressurgem das cinzas, os povos distantes voltam a entrar em contato, tecnologias esquecidas são novamente desenvolvidas. É claro que muitos confrontos são gerados por essas coisas, mas como não há um povo muito mais forte do que outro, as sociedades prosperam de forma paralela.

Mesmo assim, o mundo dos homens ainda não alcançou a prosperidade que já possuiu, e talvez jamais vá alcançar novamente. A força por trás dos Sartarians não parece se manifestar novamente, e os descendentes desse antigo Império não parecem se lembrar de como conseguiram chegar onde chegaram.
Ao mesmo tempo, povos do leste longínquo aparecem pela primeira vez no oeste de Arthasia, povos talvez tão antigos como os Sartarians, mas com visões e complexos diferentes.

As poucas cidades de pé são como velas em um mar de escuridão selvagem. Cada uma com um brilho diferente, estranho e preste a se apagar. Diversos povos, costumes e línguas se misturam, muitos em busca dos segredos, riquezas e artefatos antigos que estão escondidos pelo mundo.

Esse é o mundo de Attelius, agora. Um mundo antigo, cheio de ruínas, mistérios e segredos. Um mundo selvagem, decadente, onde apenas recentemente os homens se reergueram de uma era de trevas. Um mundo do povos diferentes, exóticos e com uma visão própria de seus respectivos lugares. Um mundo em que uma espada faz mais diferença que palavras. Um mundo em que feiticeiros inescrupulosos não exitam em sacrificar os outros por poder. Um mundo de Espada & Feitiçaria.

Bem, esse é apenas um resumo da história do mundo de Bruxos & Bárbaros. Uma linha do tempo mais completa e desenvolvida estará disponível para o livro, mas de forma geral, é isso aí. Espero que tenham curtido.

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12 comentários:

  1. Muito boa a história do cenário, ainda mais a forma como ela foi montada sendo tão antiga e longa é ótimo, também passa bem o clima pesado e de sujeira social, pelos fatos apresentados...

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  2. Apenas uma nota, essa era do renascimento, acho que podia se chamar era do Ressurgimento, Tempo da Reorganização (ou similar), pq tipo Renascimento me lembra renascimento (Europa) e pra um jogo de Bárbaros, soa estranho, pelo próprio texto "As poucas cidades de pé são como velas em um mar de escuridão selvagem. Cada uma com um brilho diferente, estranho e preste a se apagar.". É apenas uma sugestão, já que atualmente este é o meu projeto favorito de acompanhar.

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    1. Tem toda razão, Pablo. Eu só não consegui pensar em um nome melhor. Renascimento parece muito... Limpinho, né? Queria algo como Reerguimento, ou algo assim.

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    2. Sugestões
      Era da Ressurreição.
      Era do Retorno.
      Era da Restauração.

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    Ei Diogo e PEP, parabéns caras. Estou curtindo muito. Continuem metendo bala no projeto que está ganhando uma forma bem bacana.
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    1. Lendo o artigo, Diogo, fiquei com vontade de ter um guideline para os mestres de "estilos de ruínas e magias" separados, um para cada povo. Por exemplo, os Sartar usavam sempre cores laranjas/vermelhas, sempre ouro e nunca prata, e nunca usavam padrões geométricos em suas escritas, construções ou tomos de magia ... era tudo tortuoso e caótico.

      Já o outro povo (Antigos) usavam sempre coisas envolvendo água, escuridão, transparencias, ilusões, sei lá... pensem em marcas registradas para diferenciar a magia/arquitetura/conhecimento de cada um desses povos antigos cujas ruínas exploraremos!

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    2. Curto isso tmb, e por isso que pretendo por algo assim. Nada muito profundo, algo mais para incrementar mesmo. Essas diferenças culturais são um charme a parte que não pretendemos deixar passar desapercebido, ate pq nao temos raças variadas como noutros jogos.....

      essas diferenças serão notadas até nos idiomas, onde falamos um pouco de como sao os idiomas e das similaridades com outros etc....

      alias, é possivel que nem tenhamos um idioma "comum" ,mas nada definitivo ainda

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    3. Definitivamente não teremos um idioma comum, não faz o menor sentido isso existir em uma época medieval.

      Certamente deremos alguns indicações de costumes, vestimentas, arquitetura e outras coisas das culturas. Aliás, se não me engano, já escrevemos isso nos resumos que coloquei por aqui no blog. No entanto, não queria detalhas muito cada aspecto e detalhe delas. O cenário do Bruxos & Bárbaros deverá ser abrangente e feito com pinceladas largas, permitindo que cada mestre e mesa tenha sua própria versão. Daremos várias indicações, ideias e outras coisas, mas no final, os detalhes e até algumas verdades, vão ser definidas por cada mestre. Não quero deixar tudo amarrado.

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  4. Acho a ideia do ROD bacana, e além dela acrescento que seria foda ter um guia de como jogar/mestrar em cada época!

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  5. A história está muito boa! Parabéns!

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  6. Só falta um mapa pra dar aquela vizualizada !

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  7. Gostei do artigo, a leitura foi fascinante, pena que foi curta

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