Demorou, mas era inevitável que acontecesse. Voltarei a falar por aqui da nova edição do RPG mais famoso do mundo, o Dungeons & Dragons. Eu resisti enquanto pude ao "frisson" que esta nova edição causou e vem causando ao cenário RPGístico ao meu redor. No entanto, devido a uma forte promoção que o amazon.com promoveu (com os livros com mais de 50% de desconto) e as boas coisas que eu ouvi sobre o jogo de pessoas das quais considero a opinião pra caramba (como +Adam Muszkiewicz, +Felipe PEP e outros), resolvi comprar os livros básicos e dar uma lida neles.
Começarei, é claro, pelo Player's Handbook, que traz as principais regras do jogo, assim como todas as opções de personagens, magias e tudo aquilo que um jogador precisa para começar a jogar esta nova edição. Mas, antes de começar pra valer, é preciso deixar algumas coisas bem claras para os possíveis leitores desta série de artigos. Antes de mais nada, este aqui é um blog pessoal, quase que um diário, em que eu divido minhas experiências e ideias com quem quiser acompanhá-las. Não sou um crítico ou um detentor da verdade sobre que tipo de jogo é válido ou não, ou qual deles é melhor do que o outro (e não acredito que ninguém seja). Para mim, cada jogo tem seu público e sua proposta.
Entretanto, tendo em vista que estarei tecendo comentários sobre as minhas impressões do jogo em si, elas se basearão tanto no que está escrito no livro, como nas minhas expectativas do que eu imagino ser o jogo ou como eu penso que ele é, em se tratando de Dungeons & Dragons e a minha experiência com ele ao longo dos anos. Eu sou um amante das edições antigas da TSR. Do jogo em que você é um aventureiro, e não um herói. Em que ter um atributo 18 é algo que você nunca espera ter e é um acontecimento sublime quando alguém consegue algo assim. Jogos eletrônicos de fantasia não são parte do meu dia-a-dia, então minha perspectiva de fantasia são, principalmente, livros do Apêndice N como do Fritz Lieber, Robert E. Howard, Tolkien e outros.
Em suma, haverão coisas que eu gostarei no jogo e coisas que eu não gostarei, o que é totalmente natural e não impede ou invalida o gosto de ninguém que difere do meu (e o contrário também vale, ok?). Cada um tem preferências e gostos diferentes e é natural que a mesma coisa proporcione sensações distintas para a gente. Mas de forma alguma quero que alguém pense que eu estou falando que o D&D 5ª edição é um jogo ruim. Já adianto logo agora que esta edição do D&D é muito boa. Provavelmente a melhor edição já lançada pela Wizards of the Coast e, para mim, pau a pau com a 2ª edição do jogo (cada um tendo vantagens e desvantagens em relação a outra em outros quesitos). Ela é sem dúvida um excelente ponto de entrada no hobby e tem um jeito de jogo mais solto e leve que acho prazeroso e bem apropriado para quem estiver começando (embora eu simplificaria algumas coisas ainda). D&D tem um nome de peso e um jogo bem feito com este nome é sempre bom.
Levando isto em consideração, vamos começar pelo princípio. A capa do Player's Handbook e sua contra-capa. A primeira imagem que nós vimos é um guerreiro "voando" em direção a um gigante, com arma em punho, uma mão brilhando com energia mágica e bastante audácia. Ainda vemos um outro personagem em primeiro plano em posição de atenção com espada em punho e uns cachorros gigantes no fundo. Não vemos muito mais que isso, não dá para distinguir um cenário ou algum outro elemento mais misterioso. Ao meu ver, a capa parece ser um perfeiro exemplo do que a edição se propõe a ser. Um jogo de fantasia divertido, audacioso, "super" (com personagens fazendo coisas extraordinárias desde os primeiro níveis), com uma estética e fantasia similar a quadrinhos e heróis e jogos eletrônicos modernos (não estou dizendo que a mecânica seja assim, mas o estilo de heróis e poderes).
Confesso que a capa não me empolga muito. Quando penso em jogar fantasia imagino algo menos... "super". Minha referência visual são o que eu imagino acontecendo nos livros que eu li, nos jogos que eu joguei de RPG e que ainda jogo onde os personagens ainda são bastante humanos, um pouco acima da média mas com limitações sérias. Acredito que a referência visual do público majoritário da nova edição seja outra. É a galera nova, que consome quadrinhos de super-heróis, vê vingadores no cinema (que eu também vejo, mas não misturo com minha fantasia pulp), que joga jogos como Diablo, Dragon Age e outros, que assiste animes em que cada golpe faz um personagem voar 15 metros de distância. É isso que essa capa me transmite, heróis de fantasia super-poderosos voando para enfrentar um dragão como um cavaleiro do zodíaco. Eu preferiria algo como uma cena de exploração, de um grupo de vários tipos de personagens adentrando um lugar estranho, com tochas e quem sabe olhos vermelhos na escuridão. Algo que contasse uma história, que instigasse a imaginação e o mistério do que está por vir.
Antes que alguém venha dizer que eu estou falando mal da capa, deixa eu me explicar. Não há nada de errado com nada disso, e muitas dessas coisas que eu citei eu curto também, mas não vejo elas como algo que eu veria nos meus jogos de fantasia. Apenas isso. Uma questão de imaginário pessoal e que, com certeza, não é igual ao de muita gente.
O texto da contra-capa é bem simples mas já é de mais bom grado que da edição passada. Ele fala em aventura, em exploração. Mas ele fala também em "ganhar poder e experiência", que com certeza faz parte do jogo e é o motivo que muita gente joga, mas é algo que realmente não me atrai tanto em um jogo de RPG. Está ali para atrair os "power gamers" e, em consequência, a edição deve suportar bem este tipo de jogo. Para quem gosta, maravilha, mas para quem não gosta (como eu) isso pode dar boas dores de cabeça.
Bem, por enquanto é isso. Obviamente eu já li mais que a capa, mas vou deixar para comentar as partes mais individualmente para não fazer postagens gigantes. Não se preocupem, não devo me explicar toda postagem, então a próxima terá mais conteúdo e comentários!
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